São Paulo, quarta-feira, 14 de março de 2007 |
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"Queria mostrar a vida do ponto de vista de Antonieta"
Em entrevista à Folha, Sofia Coppola diz que se identifica com a protagonista de seu filme, que estréia sexta no Brasil
TETÉ RIBEIRO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES O terceiro longa-metragem da cineasta Sofia Coppola, "Maria Antonieta", que estréia na sexta no Brasil, já veio ao mundo cheio de rótulos. Era o filme mais caro feito pela diretora e o próximo projeto depois do enorme sucesso de "Encontros e Desencontros", com Scarlett Johansson, pelo qual Coppola ganhou o Oscar de melhor roteiro em 2004 e se transformou na mulher mais jovem a receber o prêmio, aos 32 anos. Entre os muitos fãs do segundo filme de Coppola, estava o diretor do Palácio de Versalhes, que deu autorização para que ela filmasse lá às segundas, único dia em que o lugar não está aberto ao público para visitação. Nos outros dias da semana, Sofia e sua equipe podiam usar os jardins de Versalhes ou outros castelos da mesma época. Foi a primeira vez que um longa conseguiu essa autorização. Depois, a bomba: "Maria Antonieta" foi vaiado em sua primeira exibição no Festival de Cannes do ano passado. A história da jovem austríaca que virou rainha da França ainda adolescente, contada de forma delicada e irônica ao som do pós-punk inglês dos anos 80, não caiu bem no estômago de parte da crítica francesa -ainda que o "Cahiers du Cinéma", bíblia da cinefilia no país, tenha aprovado a adaptação. Quando chegou aos cinemas norte-americanos, "Maria Antonieta" dividiu a crítica, que amou e odiou o longa com a mesma ênfase. Já o público simplesmente o ignorou -com orçamento de US$ 40 milhões, fez apenas US$ 56 milhões no mundo todo até agora. Finalmente, em fevereiro, "Maria Antonieta" levou o Oscar de melhor figurino (única categoria em que foi nomeado). Coppola não estava na platéia. A diretora, que divide seu tempo entre Nova York e Paris, cidade natal de seu namorado, o cantor Thomas Mars, da banda Phoenix, preferiu ficar com a filha do casal, Romy, nascida em novembro, na capital francesa. A recepção morna ao seu filme não intimidou a cineasta, que deve se aventurar pelo mundo da ópera em seguida. Ela vai dirigir a tragédia "Manon Lescault", do italiano Giacomo Puccini (1858-1924), na casa francesa Montpellier Opera House, com estréia prevista para 2009. Leia os principais trechos da entrevista de Coppola à Folha. FOLHA - O que a levou a fazer esse filme? SOFIA COPPOLA - Minha mãe me deu o livro da Antonia Fraser, eu li, adorei, e pensei em adaptar para o cinema. Queria mostrar a vida da Maria Antonieta do ponto de vista dela mesma. Todo mundo conhece a história, mas sempre poluída de mitos e clichês, quis mostrar como ela encarava aquela vida, sem filtros. FOLHA - Mas isso é impossível,
não? Você vai sempre ser um filtro,
mesmo que não queira.
FOLHA - Como parte de uma família do cinema, você se sentiu intimidada quando resolveu dirigir seu
primeiro filme?
FOLHA - Seu pai declarou que você
é a grande inspiração dele hoje em
dia, e foi por causa do seu jeito independente de filmar "Encontros e Desencontros" que ele decidiu voltar a
filmar, depois de muitos anos. Como
isso a afeta?
FOLHA - Ele nunca te pede conselhos?
FOLHA - Ficou muito surpresa
quando o filme foi vaiado em Cannes?
FOLHA - A sua Maria Antonieta
tem muito em comum com a personagem do seu filme anterior, "Encontros e Desencontros" -as duas
são jovens que não têm muito o que
fazer, estão em um país estranho,
são casadas com homens que não
lhes dão a mínima. Foi de propósito?
FOLHA - Você se identifica com isso
também?
FOLHA - Por que decidiu terminar o
filme antes do fim da vida da Maria
Antonieta, que já é tão curta?
A jornalista Teté Ribeiro viajou a Los Angeles a convite da Sony Leia a íntegra da entrevista Texto Anterior: Horário nobre na TV Aberta Próximo Texto: Frases Índice |
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