DO CRÍTICO DA FOLHA

Se a sexta é de John Ford, isso se deve em parte a "Rastros de Ódio" (às 21h, no TCM, que exibe também "Frenesi", de Hitchcock, à 0h30), sua obra-prima, sem dúvida, e por isso mesmo bem conhecida.
Um pouco mais secreto é "Depois do Vendaval" (TC Cult, 19h35), que pertence à saga irlandesa do diretor e lhe deu a oportunidade de juntar dois de seus atores favoritos (John Wayne e Victor McLaglen), com uma de suas atrizes mais representativas (Maureen O'Hara).
Existe ali uma representação perdidamente romântica, nostálgica ao extremo, do pequeno vilarejo irlandês que John Wayne, o americano, procura como se procurasse o ventre materno depois que mata um adversário no ringue.
Voltar à vida será abandonar o progresso, a modernidade americana, render-se a esse mundo tradicionalista, por um lado. E, por outro, fazer com que o vilarejo ao menos compreenda o fato de o mundo se transformar. Ford faz um cinema da tolerância. (INÁCIO ARAUJO)


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