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São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2003

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OUTRA FREQUÊNCIA

Rádio entra na disputa pela verba do governo

LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

AMs e FMs entraram na disputa com as emissoras de TV e outras mídias pela verba de publicidade do governo federal.
Empresários do setor já se reuniram com o ministro Luiz Gushiken, da Secom (Secretaria de Comunicação de Governo), que definirá a divisão do bolo publicitário do Planalto e das estatais.
A intenção é convencer o petista a ampliar a veiculação de campanhas governamentais no rádio. E superar a marca de participação do setor no mercado publicitário privado: AMs e FMs ficam com menos de 5% do bolo, enquanto as TVs concentram quase 60%.
Neste ano, o governo deverá investir R$ 600 milhões em publicidade. Desse montante, as TVs devem ficar com a metade -e não 60%-, o que gera uma margem para o crescimento do rádio.
Para conseguir descontos, a Secom concentrou a verba das estatais e está negociando "pacotes" com as emissoras de televisão. O próximo passo será a compra de espaço em estações de rádio.
"Estamos chegando à etapa de negociar com as rádios. O governo considera o veículo muito importante para sua comunicação", afirmou à Folha Marcus Flora, secretário-adjunto do ministro Gushiken, após participar do 4º Fórum Brasil de Programação e Produção, na semana passada.
A dificuldade, segundo Flora, é o fato de existirem poucas redes nacionais de rádio. "É mais difícil programar a publicidade estatal num esquema "de varejo". Mas estamos pensando numa maneira de lidar com isso", afirmou.
A TV Cultura, por exemplo, está querendo formar uma rede com outras TVs públicas para entrar no "jogo" da Secom. E, dependendo do "tamanho" da intenção do governo em anunciar no rádio, esse poderá ser também o movimento de AMs e FMs.
 
A proposta de lei que deixa a liberação de comunitárias só a cargo do Ministério das Comunicações foi aprovada na semana passada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado. O projeto segue agora ao plenário. Se virar lei, as autorizações para esse tipo de estação não terão mais de passar pela revisão do Congresso.
 
A Abert, que representa as emissoras comerciais, conseguiu emplacar um membro no grupo de trabalho criado pelo Ministério das Comunicações para agilizar a liberação de rádios comunitárias. A vaga será de Oscar Piconez, diretor-executivo da entidade. Detalhe: as comunitárias costumam ser encaradas como inimigas pela maioria do empresariado de rádio. Inclusive por muitos ligados à diretoria da Abert.

laura@folhasp.com.br


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