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Crítica
Filme inglês se sustenta no contraste entre atores
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Uma parte da fama dos atores ingleses vem do fato de que
é em torno deles que gravita o
cinema inglês.
Mesmo um filme agradável,
como "Simplesmente Feliz"
(Cinemax, 22h; 14 anos), de
Mike Leigh, sustenta-se, em
grande medida, sobre o contraste entre a sempre alegre
Sally Hawkins e o sempre estressado Eddie Marsan, o instrutor de autoescola.
Ninguém estranhará que
ambos, Marsan e Hawkins, tenham ganho uma penca de prêmios de interpretação.
É verdade que o diretor Mike
Leigh também se destacou.
Mas a primeira recomendação
que se pode dar sobre o longa-metragem é: veja por causa dos
atores.
Talvez isso se dê porque a ficção, no que diz respeito ao instrutor, desanda a partir de horas tantas e entra por desvãos
menos fascinantes do que no
início. Ou porque a tradição inglesa dê tanto relevo ao ator.
Mas Leigh tem um gosto por
esses encontros paradoxais entre personagens. Ainda uma
vez, eles aqui funcionam. Graças aos atores, claro.
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