São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2010

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Crítica/"Os Homens que Não Amavam..."

Suspense ágil se perde em clichês e impessoalidade

RICARDO CALIL
CRÍTICO DA FOLHA

Baseado no best-seller do sueco Stieg Larsson, "Os Homens que Não Amavam as Mulheres" aborda "grandes questões": o papel político da imprensa, a manipulação por corporações, a herança nazista europeia e a misoginia.
Mas, na essência, o filme é um clássico "whodunit", em que o mistério central é a identidade do autor do crime. Condenado por publicar denúncias supostamente falsas contra uma corporação, o jornalista Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist) é contratado para um serviço particular que parece fadado ao fracasso.
O industrial Henrik Vangler (Sven Bertil-Taube) o convence a descobrir quem matou, 40 anos antes, a querida sobrinha. Ele recebe ajuda da misteriosa Lisbeth (Noomi Rapace, em interpretação marcante) e descobre uma rede de violência que supera o desaparecimento.
O diretor Niels Arden Oplev mantém muitas virtudes do livro: o ritmo ágil (apesar de ter duas horas e meia), o estilo sem firulas e a capacidade de prender a atenção. Porém, a direção é impessoal e afeita a clichês.
É fácil imaginá-lo como um thriller com George Clooney ou Brad Pitt e cenas menos explícitas de violência sexual. Como os direitos foram comprados para uma versão americana, isso deve se realizar em breve.


OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES

Direção: Niels Arden Oplev
Produção: Suécia, 2009
Com: Michael Nyqvist, Noomi Rapace e Lena Endre
Onde: nos cines Belas Artes, Kinoplex Itaim e circuito
Classificação: 16 anos
Avaliação: regular


Leia entrevista com o diretor Niels Arden Oplev

www.folha.com.br/101332



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