São Paulo, sábado, 14 de maio de 2011 |
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CRÍTICA DRAMA Filme singular caminha nas fronteiras do horror PEDRO BUTCHER COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CANNES Ao menos na praia dos longas, "Trabalhar Cansa" é uma experiência diferente de tudo o que vinha sendo feito no cinema brasileiro recente. O filme caminha nas fronteiras do horror com um ritmo especial. Os diretores mostram domínio da gramática cinematográfica para sustentar a estranheza sem deixar que o filme se esvazie. O enquadramento, o tom da interpretação (às vezes exageradamente monocórdio), o uso da música e, sobretudo, o ritmo cadenciado da montagem se agrupam num todo satisfatório, de efeito quase hipnótico. Não por acaso, quase não houve desertores entre os mil espectadores da primeira sessão do filme, no Palácio do Festival, na quinta. Com raro zelo pela coerência dos personagens e pelo contexto da história, o roteiro acompanha um casal da classe média que investe em um pequeno negócio -um mercado de bairro- bem quando o marido recebe a notícia de que foi demitido. Não sabemos se o horror está no mercado, palco de acontecimentos bizarros, ou fora dele, em situações supostamente mais realistas. Tudo culmina em um final arrebatador e não menos bizarro, que contribui para a singularidade do filme. TRABALHAR CANSA AVALIAÇÃO bom Texto Anterior: Em disputa pela Caméra d'Or, filme brasileiro foi pouco aplaudido Índice | Comunicar Erros |
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