São Paulo, Sexta-feira, 14 de Maio de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GASTRONOMIA
Boa Mesa levanta um brinde aos vinhos

JORGE CARRARA
Colunista da Folha

Se numa boa mesa não pode faltar um bom vinho, então aproveite e entorne taças cheias de tinto português, esvazie garrafas do Piemonte e da Toscana, beba amostras importadas da Austrália e termine, saciado, experimentando "espécimes" argentinas e chilenas.
Para quem tem sede de goles rubros de primeira, o Boa Mesa 99 levanta um brinde saboroso e cosmopolita. O departamento das degustações é uma das coqueluches do maior evento de gastronomia do país (criado por Josimar Melo, crítico gastronômico da Folha).
Entre as principais atrações está o estande do Alentejo (sul de Portugal), região que oferece tintos em plena ascensão. O visitante pode degustar cerca de 50 diferentes vinhos com Joaquim Madeira, uma das personalidades do mundo vinícola desse bonito canto lusitano.
Formado em agricultura em universidades de Portugal, França e Espanha, Madeira atua na diretoria da Associação Técnica dos Viticultores do Alentejo e da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana.
Em entrevista à Folha, explicou que as principais virtudes do vinho tinto alentejano estão alicerçadas "na sua capacidade de adquirir harmonia e elegância já no segundo ou terceiro ano de idade, no seu padrão constante ano após ano e nos seus produtores, tecnologicamente bem apetrechados".
De quebra, quem lá encoste para conferir os atrativos dos vinhos do lugar terá a oportunidade de experimentar alguns goles inéditos no país, como os da Tapada do Chaves, Monte do Pintor, Quinta do Mouro e Herdade Grande.
Madeira troca de palco para dirigir uma prova de vinhos de ponta alentejanos que inclui clássicos como o José de Souza Mayor.
A Expand participa do programa com três degustações inspiradas na comparação entre três importantes países do planeta vinho, pilotadas pelo sommelier italiano Stéfano Zaunier e o enólogo Marcelo Ribeiro. "Borgonha versus Bordeaux" verterá nos copos tintos e brancos franceses de produtores do nível de Leflaive e Moieux. Em outra degustação, de vinhos da "bota", Chiantis (Fonterutoli) e Brunellos da Toscana enfrentarão Barolos e Barberas piemonteses.
Os "alunos" poderão experimentar ainda alguns vinhos top do Cone Sul, no estilo do argentino Norton Perdriel del Centenario 95 e do chileno Seña, um tinto (caríssimo) desenhado ao pé da cordilheira.
A Mistral Importadora também dividiu a sua artilharia entre o Velho e o Novo Mundo. Uma prova de vinhos europeus está integrada por vinhos italianos e mescla exemplares de cepas nativas (entre eles o Granato 95, de uvas Teroldego) e estrangeiras, como o concentrado tinto Maurizio Zanella 95 (corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc). A do Novo Mundo descortinará interessantíssimos goles australianos, como os rubros Rosemount Traditional e Michael Shiraz, da Wynns.
A Muanis, com um dos seus proprietários na batuta (Sylvio Rocha), regerá uma degustação dos champanhes da Bollinger. Quatro espumantes dessa prestigiosa casa francesa serão oferecidos à platéia. Abrem a série borbulhante o Special Cuvée e o Grande Anée 90. Completam a apresentação dois R.D. (carros-chefes da maison), champanhes envelhecidos no mínimo oito anos, quando ganham paladar rico, complexo e cremoso.
Por fim, quando não sobrar mais gota sobre gota, sente-se à mesa com o especialista Beto Ranieri e participe de uma degustação de "habanos" (charutos cubanos).


Texto Anterior: Noite Ilustrada - Erika Palomino: Patricinhas deixam as sandálias no armário
Próximo Texto: Folha Informações Lazer: Serviço traz roteiro de bares e restaurantes
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.