São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

Sutil dimensão política permeia "Robocop"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Paul Verhoeven ("Instinto Selvagem") tem o dom de colocar em relevo certos aspectos de um filme, de tal modo que os produtores não se incomodem com ele. O que é uma pena é que, quase sempre, esses detalhes demorem a ser percebidos também pelo público, como no caso de "Tropas Estelares", em que a inserção irônica de um trecho à la Leni Riefenstahl acabou interpretado como... adesão do diretor do filme ao nazismo!
Com "Robocop - O Policial do Futuro" (Telecine Pipoca, 12h50), não fomos tão longe, mas as aventuras do tira de Detroit que ganha uma segunda vida, como ciborgue, estão cheias dessas referências.
A primeira delas diz respeito à privatização da polícia (o filme é de 1987, momento de glória do pensamento neoliberal) -idéia que atravessa o filme e, evidentemente, faz sarcasmo com os ideólogos do Estado mínimo. Verhoeven propõe o mínimo. E delineia um personagem absurdo, à imagem de um mundo que também lhe parece assim.


Texto Anterior: Dança: Música é mola criativa do grupo Corpo
Próximo Texto: Resumo das novelas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.