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CRÍTICA SOUL
Rainha do novo soul retoma a ousadia e
o suingue da estreia
A norte-americana Erykah Badu, que surgiu nos 1990, volta à forma com letras engajadas e canções de amor
ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA FOLHA
Erykah Badu está em um
ótimo momento. Com os álbuns "New Amerykah" partes 1 e 2 -lançados em 2008 e
neste ano, respectivamente-, a "rainha do novo soul"
retomou a forma de quando
surgiu nos anos 1990.
No primeiro, "New Amerykah - Part One (4th World
War)", optou pelo engajamento. As letras mesclavam
temas pessoais (como de praxe em sua obra) a críticas sociais, em atmosfera "dark",
criada por produtores como
Madlib e Shafiq Husayn.
A faixa de abertura,
"Amerykahn Promise", sintetizava sua intenção: embalada por um funk intergaláctico com referências a Funkadelic e Sly Stone, ela ironizava o "american way of life".
Já "New Amerykah - Part
Two (Return of the Ankh)"
aproxima a cantora de "Baduizm" (1997), sua clássica
estreia.
Soul, funk e jazz são revisitados em canções de amor.
O visual afrofuturista que
marca os dois discos se traduz em interferências "espaciais", que pontuam faixas
como "Love" e "Incense"
-esta, nova parceria entre
Badu e Madlib, um dos mais
criativos artistas do hip-hop.
O estilo das ruas, presente
no visual e nas influências,
aparece ainda na maneira
hábil como Badu rima, como
em "Out my Mind, Just in Time", que comete a ousadia
de ter dez minutos em dois
"tempos" (passa do jazz a
uma base experimental).
A música hit, no entanto, é
"Window Seat", que ganhou
um polêmico videoclipe.
Nele, a cantora caminha,
tirando peças da roupa, pela
rua onde o presidente J.F.
Kennedy foi assassinado.
Ao final, nua, Erykah Badu cai com um tiro na nuca,
referência ao vídeo da dupla
americana Matt and Kim.
NEW AMERYKAH - PART TWO
(RETURN OF THE ANKAH)
ARTISTA Erykah Badu
GRAVADORA Universal/Motown
QUANTO R$ 34,90, em média
AVALIAÇÃO ótimo
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