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SÃO PAULO FASHION WEEK
Medo de ataques afeta semana de moda
Desfiles marcados fora do Ibirapuera sofrem mudança de última hora e serão realizados no local oficial do evento
Para organização da SPFW, alterações se deve a vários fatores, inclusive mudança de rotina na cidade; à tarde, local estava semivazio
CAMILA YAHN
COLABORADORA DA FOLHA
NINA LEMOS
COLUNISTA DA FOLHA
Alguns desfiles da São Paulo
Fashion Week que aconteceriam fora do prédio da Bienal
(parque Ibirapuera) foram mudados de lugar e serão realizados no espaço oficial do evento.
As apresentações de Reinaldo
Lourenço (hoje) e Glória Coelho (domingo) deixam de ocorrer no showroom do futuro
shopping Cidade Jardim e no
shopping Iguatemi, respectivamente, e vão para o Ibirapuera.
Em parte, as mudanças ocorreram para evitar problemas
com órgãos municipais -que
ontem tentaram impedir o desfile da Ellus no Bosque dos Eucaliptos, no Ibirapuera. Mas as
trocas se devem ao receio da organização do evento de não ter
assegurada a proteção de tantas
pessoas nos locais anteriormente previstos, num momento em que São Paulo vem sofrendo ataques do crime.
Segundo a organização da
SPFW, as alterações se devem
"a um conjunto de circunstâncias, sobretudo a mudança na
rotina da cidade e ao fato de os
órgãos municipais estarem fazendo vigilância intensa sobre
os chamados eventos transitórios, como os desfiles fora do
espaço oficial".
Ontem à tarde, o prédio da
Bienal, normalmente lotado na
semana de moda, estava semivazio. À noite, quando os ônibus voltaram a circular, o público e o burburinho também retornaram aos corredores e
lounges.
A paralisação de cerca de
80% dos ônibus da cidade fez
com que funcionários não fossem trabalhar no evento. "Muitos não conseguiram vir hoje",
diz um segurança, que pediu
para não ser identificado.
O estilista Carlos Tufvesson
contou que teve menos público
do que esperava. "Muitos amigos do Rio me telefonaram, dizendo que não viriam porque
estavam com medo."
Quem foi ontem à SPFW driblou seu sentimento de pânico.
"Liguei para vários amigos pedindo opinião para saber se vinha ou não", diz o cabeleireiro
Marco Antonio Di Biaggi. Depois de ir aos desfiles, ele planejava "se trancar em casa".
"Só vim porque minha filha
desfilou", afirma a bióloga Eliana Bittar, mãe da top Marcele
Bittar. "Passei o dia trancada
em casa por causa dos ataques."
A imprensa internacional
presente no evento parece menos assustada. "Acabei de voltar de Israel e nada me aconteceu. Temos que continuar com
nossas vidas", diz a americana
Renata Espinosa, do site "Fashion Wire Daily".
Com EVA JOORY, colaboração para a Folha
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