São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 2008

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Crítica

Filme previu a relevância de Martin Scorsese

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O que existe de único em determinadas épocas do cinema é a liberdade com que os filmes são feitos. Quem se der ao trabalho de comparar "Sexy e Marginal" (TC Light, 0h10; 18 anos) com os filmes que Martin Scorsese fez depois verá que, à parte o aperfeiçoamento do artesanato, desenvolve-se também o peso da produção.
Naquele momento, 1972, ele era um iniciante. Refilmava, praticamente, o "Bonnie & Clyde" de Arthur Penn, fixando-se em Boxcar Bertha e Big Bill Shelly, seu namorado, dupla de assaltantes de trem da Depressão dos anos 1930.
Existe um quê de rebeldia perpassando o conjunto: o filme e a história que ele narra. Falar dos bandidos é uma maneira de demonstrar sua inconformidade com o mundo em que vive. É "passar a sujo" "Bonnie & Clyde", parasitando seu sucesso e, sem contestá-lo, oferecendo uma versão segunda. Aqui se vê, numa pequena produção, que Scorsese não seria qualquer um. O tempo confirmou a primeira impressão. E o filme continua em pé.


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