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DANÇA
Guy Darmet, diretor do evento, deve conhecer mais de 30 grupos do país
Bienal de Lyon busca mais uma vez talentos no Brasil
ANA FRANCISCA PONZIO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Depois de consagrar sua edição
de 96 ao Brasil, a Bienal da Dança
de Lyon (França) voltará a apresentar grupos brasileiros em 2002.
"Ainda não escolhi um título, mas
o tema refere-se à região que vai
do rio Grande à Terra do Fogo",
diz Guy Darmet, diretor artístico
do evento, que chegou ao Brasil
no final da semana passada para
fazer contatos com coreógrafos e
conhecer companhias.
"O enfoque serão as Américas
Central e do Sul. Poderia fazer
uma bienal consagrada ao folclore e à tradição desses países, mas
prefiro revelar o que há de contemporâneo na região", diz Darmet, que espera conhecer mais de
30 grupos em um mês no Brasil.
Desde sua inauguração, em
1984, a Bienal da Dança de Lyon
enfoca temas geográficos, com o
objetivo de mostrar como a dança
se manifesta em diferentes regiões
do mundo. No ano passado, inspirou-se no percurso do navegador veneziano Marco Polo em direção ao Oriente para apresentar
expressões de países como Japão,
China, Índia, Turquia.
Participação brasileira
A primeira vez que a bienal incluiu o Brasil em sua programação foi em 1994. Sob o título "Mama Africa", levou para Lyon o
grupo Corpo e o Balé Folclórico
da Bahia que, daquele ano em
diante, passaram a contar com
público cativo na França.
Em 96, Darmet concentrou a
Bienal só no Brasil, levando para
Lyon uma mistura de expressões
que incluiu tanto grupos contemporâneos emergentes quanto a
escola de samba Imperatriz Leopoldinense, que se apresentou no
tradicional desfile promovido pelo evento nas ruas da cidade.
Até agora, Darmet já visitou Venezuela, Equador, Peru, Chile e
Cuba. Depois do Brasil, ele continua sua busca no Uruguai, Argentina, Colômbia e México.
"A partir de 2004 a bienal conservará sua proposta temática,
que entretanto deixará de ser geográfica. Isso significa que poderei
misturar grupos de diversos continentes e culturas. O Ministério
da Cultura da França entende que
a bienal deve evoluir e promover
grandes encontros internacionais. A partir dessa idéia espero
caminhar, cada vez mais, em direção a um festival de criação, com
grupos produzindo espetáculos
para a bienal, a partir de temáticas
específicas", afirma.
Embora ainda não sejam definitivas, as datas da bienal de 2002
estão prefixadas entre 8 e 28 de setembro. Para o desfile pelas ruas,
Darmet já selecionou 27 grupos
da região lionesa, que procurarão
contar a história da América Latina. "Nessa grande festa pública,
pretendo incluir grupos de Carnaval, inclusive do Rio de Janeiro.
Mas também quero mostrar manifestações desconhecidas na
França, como os Carnavais da Bolívia e da Colômbia."
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