São Paulo, terça-feira, 14 de agosto de 2001

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DANÇA

Guy Darmet, diretor do evento, deve conhecer mais de 30 grupos do país

Bienal de Lyon busca mais uma vez talentos no Brasil

ANA FRANCISCA PONZIO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Depois de consagrar sua edição de 96 ao Brasil, a Bienal da Dança de Lyon (França) voltará a apresentar grupos brasileiros em 2002. "Ainda não escolhi um título, mas o tema refere-se à região que vai do rio Grande à Terra do Fogo", diz Guy Darmet, diretor artístico do evento, que chegou ao Brasil no final da semana passada para fazer contatos com coreógrafos e conhecer companhias.
"O enfoque serão as Américas Central e do Sul. Poderia fazer uma bienal consagrada ao folclore e à tradição desses países, mas prefiro revelar o que há de contemporâneo na região", diz Darmet, que espera conhecer mais de 30 grupos em um mês no Brasil.
Desde sua inauguração, em 1984, a Bienal da Dança de Lyon enfoca temas geográficos, com o objetivo de mostrar como a dança se manifesta em diferentes regiões do mundo. No ano passado, inspirou-se no percurso do navegador veneziano Marco Polo em direção ao Oriente para apresentar expressões de países como Japão, China, Índia, Turquia.

Participação brasileira
A primeira vez que a bienal incluiu o Brasil em sua programação foi em 1994. Sob o título "Mama Africa", levou para Lyon o grupo Corpo e o Balé Folclórico da Bahia que, daquele ano em diante, passaram a contar com público cativo na França.
Em 96, Darmet concentrou a Bienal só no Brasil, levando para Lyon uma mistura de expressões que incluiu tanto grupos contemporâneos emergentes quanto a escola de samba Imperatriz Leopoldinense, que se apresentou no tradicional desfile promovido pelo evento nas ruas da cidade.
Até agora, Darmet já visitou Venezuela, Equador, Peru, Chile e Cuba. Depois do Brasil, ele continua sua busca no Uruguai, Argentina, Colômbia e México.
"A partir de 2004 a bienal conservará sua proposta temática, que entretanto deixará de ser geográfica. Isso significa que poderei misturar grupos de diversos continentes e culturas. O Ministério da Cultura da França entende que a bienal deve evoluir e promover grandes encontros internacionais. A partir dessa idéia espero caminhar, cada vez mais, em direção a um festival de criação, com grupos produzindo espetáculos para a bienal, a partir de temáticas específicas", afirma.
Embora ainda não sejam definitivas, as datas da bienal de 2002 estão prefixadas entre 8 e 28 de setembro. Para o desfile pelas ruas, Darmet já selecionou 27 grupos da região lionesa, que procurarão contar a história da América Latina. "Nessa grande festa pública, pretendo incluir grupos de Carnaval, inclusive do Rio de Janeiro. Mas também quero mostrar manifestações desconhecidas na França, como os Carnavais da Bolívia e da Colômbia."



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