São Paulo, domingo, 14 de agosto de 2011 |
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'Cinema Paradiso' faz homenagem aos cinéfilos Filme de Giuseppe Tornatore é o 4º da Coleção Folha Cinema Europeu Longa, que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro, retrata a amizade entre um menino e um projetista DE SÃO PAULO Após Bernardo Bertolucci e Federico Fellini, a Coleção Folha Cinema Europeu apresenta no próximo domingo outro grande cineasta italiano, Giuseppe Tornatore. O que torna o DVD de "Cinema Paradiso" a escolha inevitável para representar sua obra. Lançado em 1988, o filme logo se tornou um fenômeno cultural, reunindo uma quase unanimidade de fãs que se sensibilizavam pela terna história de amizade entre uma criança e um idoso. A Academia concedeu-lhe o Oscar de melhor filme estrangeiro e, se fosse pela força das massas, o ator-mirim Salvatore Cascio e o veterano Philippe Noiret seriam outros dois agraciados com as estatuetas hollywoodianas. Cascio faz Totò, um espoleta que, cinéfilo precoce, passa a frequentar o cinema de sua pequena cidade, na Sicília do pós-guerra. Alfredo (Noiret) é o projecionista que cuida da sala e que se irrita com a mesma facilidade com a qual se emociona com os clássicos que exibe. A afetividade recíproca surge pelo interesse em comum, e Alfredo será uma espécie de mestre, pai e amigo de Totò. Tornatore, aos 32 anos, assinava um trabalho mais a ver com os melodramas que marcaram o cinema clássico italiano realizado a partir dos anos 1930. Sem recuos, assume a inclinação sentimentalista da história e dirige soberbamente seus atores. Faria o mesmo logo depois, com Marcello Mastroianni em "Estamos Todos Bem" (1990) e com Monica Bellucci em "Malena" (2000). Mas é importante citar o real interesse de Tornatore em "Cinema Paradiso" (aliás, bem a ver com seus dois protagonistas): o cinema. O filme alerta, num quase luto, à extinção de uma experiência cinefílica possível, segundo o diretor, somente nas saudosas salas de exibição. Não à toa, Jacques Perrin, o grande ator dos filmes de Valerio Zurlini, faz o papel de Totò adulto. Uma escolha cinefílica. Texto Anterior: Vanessa vê TV: Críticos de berçário Próximo Texto: Ferreira Gullar: Arthur Bispo e a arte contemporânea Índice | Comunicar Erros |
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