da Folha Ribeirão

As 21 obras de Portinari que estão na igreja são tombadas pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo).
De acordo com o conselho, o tombamento visa a proteção de um patrimônio da humanidade, mas não implica distribuição de recursos para sua preservação. Mesmo assim, segundo o Condephaat, técnicos do órgão têm auxiliado a igreja a buscar recursos junto à iniciativa privada.
Segundo Pupin, no ano passado o governo do Estado prometeu o dinheiro necessário para parte da reforma que a igreja precisa. "Só que até agora não chegou nada."
O dinheiro teria sido prometido pela Secretaria de Estado do Esporte e Turismo. Mas, na secretaria, ninguém soube informar sobre a negociação.
Além da troca de toda a rede elétrica, a igreja necessita de nova pintura, recuperação de parte do teto e instalação de um sistema de iluminação.
"Acredito que só a troca dos fios já ajudaria bastante", diz o padre, que garante que a paróquia não possui dinheiro para as obras.
De acordo com Pupin, a escritura de doação das telas, assinada pelo próprio Portinari, afirma que elas não podem sair da igreja.
Crise
Segundo a paróquia, pelas escrituras datadas de 1954, as telas pertencem à Prefeitura de Batatais, mas devem permanecer na igreja.
A prefeitura da cidade, por meio de sua assessoria de imprensa, diz que não dispõe de R$ 80 mil para trocar a fiação da igreja por causa da crise financeira que atravessa.
A administração municipal contribui com a manutenção da igreja cedendo funcionários para a limpeza e segurança.
Um sistema provisório de iluminação também foi instalado pela prefeitura.
Pupin afirma que "cansou" de esperar a ajuda dos governos e vai procurar a iniciativa privada para tentar recuperar a igreja do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, em Batatais.
"Do poder público eu não espero mais nada", disse.


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