São Paulo, sexta, 14 de agosto de 1998

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Gosto inglês foi crucial

JORGE CARRARA
Colunista da Folha

A eterna paixão dos ingleses pelos bons goles, um conflito internacional e uma safra fora de série selaram o destino dos Portos. Uma série de problemas políticos com a França secou em 1660 uma das principais fontes de vinhos finos dos britânicos. Ágeis, ingleses radicados em Portugal tentaram saciar a sede dos seus patrícios com os vinhos do Douro. Os súditos da coroa aprovaram.
Já em 1678 o equivalente a 24 mil caixas de vinho da região foram exportadas, chegando a 1,5 milhão em 1728. Os vinhos acabaram ganhando o nome do seu principal ponto de escoamento, a cidade do Porto.
Os Portos eram secos. A grande virada começou em 1820, quando uma colheita de uvas muito maduras, com altíssimos teores de açúcar, não conseguiu ser transformada totalmente em álcool. Os vinhos, mais doces e potentes, despertaram novamente o entusiasmo dos ingleses.
Para repetir o sucesso, os vinhateiros lusitanos utilizaram um truque inteligente: adicionar aguardente vínica ao mosto (fortificação) para interromper a fermentação, mantendo no vinho uma parte do açúcar das uvas. Estava criada a atual fórmula do Porto.



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