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São Paulo, domingo, 14 de setembro de 2003

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SEU BARRIGA

Seriado foi líder de audiência em todos os países em que foi exibido

Ator de "Chaves" visita o Brasil

CAIO MAIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Edgar Vivar tem 53 anos. Desde os 22, quase todo mundo o chama de Seu Barriga ou de Nhonho, personagens do seriado "Chaves" vividos por ele. Não consegue ir à padaria sem ser abordado por seus fãs.
"Sempre retribuo o carinho das pessoas. É maravilhoso receber isso", conta Vivar, que está em visita ao Brasil.
O Seu Barriga é o dono dos apartamentos em que vivem os outros personagens da série. Ficou conhecido por cobrar constantemente o aluguel -e muitas vezes levar o cano.
"O México e o Brasil são muito parecidos socialmente", diz, sem conseguir explicar o sucesso mundial da série: há episódios dublados em japonês, russo e italiano. É a única série de TV na história a ter sido líder de audiência em todos os países em que foi exibida, o que deve lhe render um lugar no Guiness.
Um audiência de fãs e "estudiosos" prova que é realmente impressionante a relação que as pessoas desenvolvem com o seriado. Vestido de Chaves, com um chapéu que ele mesmo costurou e pintou, o estudante Gustavo Maçana, 20, de Americana (SP), elogia a "simplicidade" das histórias.
Pablo Mendonça, 21, é estudante de comunicação e está escrevendo uma monografia baseada no seriado. Veio do Rio só para conversar com Vivar e pergunta: "Como uma geração que foi criada cercada de aparatos "hi-tech" pode gostar de um programa em que os cenários são... toscos?".
"Há valores que ficam. A tecnologia não vale nada se você não tiver bons personagens e situações", diz Vivar. Ele se emociona ao falar sobre Ramón Valdez, o Seu Madruga, que morreu em 88. Lamenta o processo que Maria Antonieta de las Nieves, a Chiquinha, move contra Roberto Bolaño, o Chaves, criador da série. "A Microsoft a procurou e queria fazer um software usando a Chiquinha. E ela quis registrar em seu nome."
Para ele, Bolaño está com a razão. "Ele está arrasado com a história. Não quer dinheiro. Só quer que lhe peçam permissão", diz, e exemplifica: "Criei há alguns anos o Circo do Nhonho. Falei com ele e não houve problema nenhum entre nós. É verdade que não fui procurado pela Microsoft", completa o ator, bem-humorado.



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