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SEU BARRIGA
Seriado foi líder de audiência em todos os países em que foi exibido
Ator de "Chaves" visita o Brasil
CAIO MAIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Edgar Vivar tem 53 anos. Desde os 22, quase todo mundo o
chama de Seu Barriga ou de
Nhonho, personagens do seriado "Chaves" vividos por ele.
Não consegue ir à padaria sem
ser abordado por seus fãs.
"Sempre retribuo o carinho
das pessoas. É maravilhoso receber isso", conta Vivar, que está em visita ao Brasil.
O Seu Barriga é o dono dos
apartamentos em que vivem os
outros personagens da série. Ficou conhecido por cobrar constantemente o aluguel -e muitas vezes levar o cano.
"O México e o Brasil são muito parecidos socialmente", diz,
sem conseguir explicar o sucesso mundial da série: há episódios dublados em japonês, russo e italiano. É a única série de
TV na história a ter sido líder de
audiência em todos os países em
que foi exibida, o que deve lhe
render um lugar no Guiness.
Um audiência de fãs e "estudiosos" prova que é realmente
impressionante a relação que as
pessoas desenvolvem com o seriado. Vestido de Chaves, com
um chapéu que ele mesmo costurou e pintou, o estudante Gustavo Maçana, 20, de Americana
(SP), elogia a "simplicidade"
das histórias.
Pablo Mendonça, 21, é estudante de comunicação e está escrevendo uma monografia baseada no seriado. Veio do Rio só
para conversar com Vivar e pergunta: "Como uma geração que
foi criada cercada de aparatos
"hi-tech" pode gostar de um programa em que os cenários são...
toscos?".
"Há valores que ficam. A tecnologia não vale nada se você
não tiver bons personagens e situações", diz Vivar. Ele se emociona ao falar sobre Ramón Valdez, o Seu Madruga, que morreu em 88. Lamenta o processo
que Maria Antonieta de las Nieves, a Chiquinha, move contra
Roberto Bolaño, o Chaves, criador da série. "A Microsoft a procurou e queria fazer um software usando a Chiquinha. E ela
quis registrar em seu nome."
Para ele, Bolaño está com a razão. "Ele está arrasado com a
história. Não quer dinheiro. Só
quer que lhe peçam permissão",
diz, e exemplifica: "Criei há alguns anos o Circo do Nhonho.
Falei com ele e não houve problema nenhum entre nós. É verdade que não fui procurado pela
Microsoft", completa o ator,
bem-humorado.
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