Pioneiros na cena de VJs, grupo londrino é destaque do evento Motomix

ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Da visita de "superstar DJs" o Brasil sempre esteve muito bem servido. Já o equivalente nas imagens eletrônicas, os VJs, raramente aparecem por aqui. Pois essa falha começa a ser corrigida hoje, com a apresentação do grupo inglês Addictive TV no festival Motomix.
Pioneiros na arte de manipular imagens ao vivo no ritmo da música, os artistas Tolly e Graham Daniels farão uma performance audiovisual na qual irão editar, ao mesmo tempo, músicas e registros de filmes e vídeos. "Estamos trabalhando em um bootleg especial com remixes do filme "Cidade de Deus'", conta Daniels, 35.
"Também fizemos diversos novos trabalhos neste ano, e o show está se desenvolvendo o tempo todo. Nunca sabemos exatamente o que faremos."
O Addictive TV que, além da dupla, conta com a participação de artistas visuais e músicos, começou a atuar na década de 90, nos primórdios da cultura do videojóquei. "Vender o que os VJs faziam não era fácil", lembra Daniels. "Para promoters e clubes, não havia valor agregado a esse trabalho. Eles viam todo o visual como algo secundário à música e, o que é pior, à vezes secundário à luz!"
Hoje o cenário mudou completamente, pelo menos para o Addictive TV. Além de terem sido eleitos os melhores VJs do mundo pela revista inglesa "DJ Magazine", eles já mostraram seus espetáculos audiovisuais em lugares como o Centro Georges Pompidou, em Paris, e foram os primeiros a fazer "vjing" (como se chama a prática de VJ) em Hollywood, remixando os filmes "Vem Dançar" e "Serpentes a Bordo".
Tudo isso apostando numa "técnica" que encara as imagens como extensão da música. "Não há diferença entre os dois, música e imagem têm a mesma importância", diz Daniels. "O que você vê é o que você ouve e vice-versa. Se você separa os dois, não faz sentido. Para nós, essa é a verdadeira performance audiovisual."