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Televisão/Crítica
"Terapia do Amor" aponta cineasta promissor
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A psicanálise americana, a
julgar por como é representada
nos filmes, resume-se em boa
medida às conversas interpessoais envolvendo uma pessoa
dotada de bom senso (o terapeuta) e outra não (o paciente).
Não é diferente em "Terapia
do Amor" (TC Premium,
20h05), ao menos até o ponto
em que o diretor-roteirista Ben
Younger propõe uma variável
interessante: e o que ocorre
quando a "pessoa de bom senso" é deslocada de sua poltrona
e tem de confrontar a vida real?
No encaminhamento concreto da situação, Younger propõe que uma paciente (Uma
Thurman) esteja envolvida
com o filho de sua terapeuta
(Meryl Streep). Estamos, portanto, em uma comédia
"screwball", comédia maluca.
O que não quer dizer inconseqüente. É verdade que Streep
toma conta do filme com tal
força -e que Thurman é tão
eficiente ao levantar-lhe a bola- que quase esquecemos a
existência de um modesto artesão observando essa demência
terapêutica. Artesão, talvez autor: veremos.
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