São Paulo, domingo, 14 de setembro de 2008

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Crítica/"No Estranho Planeta dos Seres Audiovisuais"

Série lança armadilhas no próprio caminho

CRÍTICO DA FOLHA

Escrever sobre o que representa a literatura, compor uma canção sobre o processo de composição e recepção da música: é nesse território metalingüístico que se aventura "No Estranho Planeta dos Seres Audiovisuais".
O primeiro episódio se defronta com a dificuldade natural de apresentar a série e resumir o que virá. Feito esse desconto, o tom escolhido lança armadilhas pelo caminho.
Optou-se por uma conversa com o telespectador (por meio de um narrador e uma apresentadora fictícia, interpretada por Renata Gaspar), combinando imagens de diferentes texturas, capturadas em vários suportes. Encenações convivem com entrevistas e material de arquivo.
Há um pouco de humor forçado, como se a todo momento fosse necessário recorrer a coisas "espertas" -e a mais infeliz dessas idéias talvez seja um trio de supostos telespectadores sedentários e imbecilizados.
Na simplificação característica da TV, algumas impropriedades são cometidas. O plano-seqüência, por exemplo, não é uma invenção do cinema iraniano, e apreciá-lo não é uma exclusividade do espectador oriental, como se sugere.
Entrevistados sem muito o que falar ("tipo assim", seres audiovisuais?) são ouvidos. Não seria melhor pedir, no espírito do programa, que entregassem um vídeo com as respostas? (SÉRGIO RIZZO)

Avaliação: regular



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