|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica/"No Estranho Planeta dos Seres Audiovisuais"
Série lança armadilhas no próprio caminho
CRÍTICO DA FOLHA
Escrever sobre o que representa a literatura,
compor uma canção sobre o processo de composição e
recepção da música: é nesse
território metalingüístico que
se aventura "No Estranho Planeta dos Seres Audiovisuais".
O primeiro episódio se defronta com a dificuldade natural de apresentar a série e resumir o que virá. Feito esse desconto, o tom escolhido lança
armadilhas pelo caminho.
Optou-se por uma conversa
com o telespectador (por meio
de um narrador e uma apresentadora fictícia, interpretada por
Renata Gaspar), combinando
imagens de diferentes texturas,
capturadas em vários suportes.
Encenações convivem com entrevistas e material de arquivo.
Há um pouco de humor forçado, como se a todo momento
fosse necessário recorrer a coisas "espertas" -e a mais infeliz
dessas idéias talvez seja um trio
de supostos telespectadores sedentários e imbecilizados.
Na simplificação característica da TV, algumas impropriedades são cometidas. O plano-seqüência, por exemplo, não é
uma invenção do cinema iraniano, e apreciá-lo não é uma
exclusividade do espectador
oriental, como se sugere.
Entrevistados sem muito o
que falar ("tipo assim", seres
audiovisuais?) são ouvidos.
Não seria melhor pedir, no espírito do programa, que entregassem um vídeo com as respostas?
(SÉRGIO RIZZO)
Avaliação: regular
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Periferia joga duro com "Linha de Passe" Índice
|