São Paulo, quarta-feira, 14 de setembro de 2011

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Kassab quer que Pacaembu seja arena de megaeventos

EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

Se depender do prefeito Gilberto Kassab (PSD), o estádio do Pacaembu passará a ser um local para grandes shows e eventos, coberto e com estacionamento subterrâneo para 2.000 veículos, quando Corinthians e Palmeiras terminarem as obras de suas arenas, em 2013.
A Folha apurou que Kassab encomendou pessoalmente à empreiteira Queiroz Engenharia um projeto de reforma do estádio. Nada sai até 2013, quando acaba o mandato de Kassab. Mas o projeto ficará pronto até lá.
A reforma tem dois entraves: o estádio é tombado pelo patrimônio histórico e há uma decisão judicial que proíbe shows no local.
As diretrizes passadas à empresa que está fazendo o projeto incluem a redução da capacidade para cerca de 25 mil lugares (hoje são 37 mil), além da cobertura e proteção acústica. Tudo para não incomodar a vizinhança e tentar driblar o tombamento.
A cobertura ocuparia parte das arquibancadas atuais, o que reduziria a capacidade do estádio, mas o telhado não seria visto do lado de fora, mantendo as características da fachada art déco.
A questão judicial é complexa. Moradores se queixam de que shows atrapalham a qualidade de vida da região. Pediram ao Ministério Público que acionasse a Justiça. O último show no estádio foi o do Pearl Jam, em 2005.
"O bairro deve ter algum carma, porque de vez em quando somos atacados na qualidade de vida", diz Pedro Py, presidente do conselho da Associação Viva Pacaembu.
Segundo ele, a entidade não se opõe à modernização do estádio nem aos shows. Mas, para isso, esperam o comprometimento da prefeitura, garantindo que não haja transtornos para a região.
Entre as ações requeridas estão a proibição de estacionamentos no bairro durante os shows, combate a ambulantes e facilidades para o escoamento do público. Além, é claro, do encerramento do show em horário adequado.
Fora o Pacaembu, a prefeitura conta com os futuros estádios do Palmeiras (45 mil lugares) e do Corinthians (48 mil) como opções para shows. Hoje, megaeventos musicais só podem ocorrer, com restrições, no Morumbi.
Essa é uma das reclamações dos produtores. A Folha apurou que o São Paulo, dono do estádio, chega a cobrar até R$ 1 milhão por show.


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