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São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 2003

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LITERATURA

Autor português voltou a criticar Fidel e Sharon

Em SP, Saramago diz que ascensão da esquerda não significa muito

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em sua segunda visita ao Brasil neste ano, para participar de um congresso sobre educação em São Paulo, José Saramago voltou a colocar na mesa opiniões polêmicas sobre política internacional.
Em entrevista no início da tarde, no Anhembi, ele retomou declarações polêmicas dadas sobre os governos Sharon e Fidel Castro.
Sobre o primeiro, reafirmou o que disse em março passado sobre a relação do governo israelense com os palestinos.
"Havia dito que o espírito de Auschwitz estava presente em Ramallah e afirmo que ainda está. Estão construindo ali um muro que nos faz recordar os guetos", disse. "Os judeus saíram, felizmente, do gueto e estão a repetir os mesmo crimes que sofreram seus antepassados."
O povo de Cuba foi outro assunto do Nobel de Literatura de 1998. Como já havia feito na semana passada, em entrevista a jornal de Havana, disse que rompeu com Cuba, não com o povo cubano.
Depois de criticar o modelo político de Fidel Castro, Saramago salientou que a ascensão de governos "de esquerda" na América Latina não significa muito.
O escritor falou que o que se passa na Venezuela é o que mais lhe chama a atenção. "Poucas vezes se viu de forma tão esquemática uma luta de classes como temos por lá." Saramago terminou pedindo que o povo brasileiro não espere que Lula seja um redentor. "Não peçam milagres a um homem, mesmo que este homem se chame Lula."

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