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CINEMA
Diretores do Irã dizem preferir indagar a entreter
DA REPORTAGEM LOCAL
A maneira como o Irã encara
sua própria cinematografia foi
um dos pontos em discussão no
debate "Cem Anos de Cinema
Iraniano", promovido pela Folha,
a 24ª Mostra de Cinema de São
Paulo e a Sala UOL de Cinema, no
dia 27 de outubro.
Participaram do debate os cineastas Jafar Panahi ("O Círculo"), Bahman Ghobadi ("Tempo
de Embebedar Cavalos", que levou o prêmio do júri da Mostra de
Cinema), Mahmoud Behraznia
("Close Up Kiarostami") e Hassan Yektapanah ("Djomeh"). A
mediação foi do jornalista Sérgio
Rizzo, crítico de cinema do Guia
da Folha.
Rizzo propôs que, pelo observado em "Close Up Kiarostami",
exibido antes do debate, "parte do
público iraniano reage de forma
negativa a filmes que o Ocidente
aprendeu a considerar como
obras-primas". Panahi disse que
filmou "Close Up Kiarostami"
porque queria "mostrar a reação
positiva das pessoas do mundo
aos filmes de Kiarostami e compará-la com a reação dos iranianos. "Não queria fazer um filme-propaganda. E compreendi que
as idéias e pontos de vista dos iranianos sobre cinema são diferentes das do resto do mundo."
Ghobadi afirmou que "a cada
ano, no Irã, são produzidos aproximadamente 80 filmes. Desses,
75 são "normais" e cinco, "de arte",
não-comerciais".
Sendo todos os cineastas presentes filiados à corrente cinematográfica que projetou Kiarostami, Yektapanah falou em nome
de um ponto de vista geral: "Não
fazemos filmes só para entreter,
embora respeitemos esse tipo de
cinema, que é necessário. Esperamos apenas que nosso público
cresça e que um dia possamos nos
comunicar com todos com mais
facilidade".
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