São Paulo, terça-feira, 14 de novembro de 2000

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CINEMA
Diretores do Irã dizem preferir indagar a entreter

DA REPORTAGEM LOCAL

A maneira como o Irã encara sua própria cinematografia foi um dos pontos em discussão no debate "Cem Anos de Cinema Iraniano", promovido pela Folha, a 24ª Mostra de Cinema de São Paulo e a Sala UOL de Cinema, no dia 27 de outubro.
Participaram do debate os cineastas Jafar Panahi ("O Círculo"), Bahman Ghobadi ("Tempo de Embebedar Cavalos", que levou o prêmio do júri da Mostra de Cinema), Mahmoud Behraznia ("Close Up Kiarostami") e Hassan Yektapanah ("Djomeh"). A mediação foi do jornalista Sérgio Rizzo, crítico de cinema do Guia da Folha.
Rizzo propôs que, pelo observado em "Close Up Kiarostami", exibido antes do debate, "parte do público iraniano reage de forma negativa a filmes que o Ocidente aprendeu a considerar como obras-primas". Panahi disse que filmou "Close Up Kiarostami" porque queria "mostrar a reação positiva das pessoas do mundo aos filmes de Kiarostami e compará-la com a reação dos iranianos. "Não queria fazer um filme-propaganda. E compreendi que as idéias e pontos de vista dos iranianos sobre cinema são diferentes das do resto do mundo."
Ghobadi afirmou que "a cada ano, no Irã, são produzidos aproximadamente 80 filmes. Desses, 75 são "normais" e cinco, "de arte", não-comerciais".
Sendo todos os cineastas presentes filiados à corrente cinematográfica que projetou Kiarostami, Yektapanah falou em nome de um ponto de vista geral: "Não fazemos filmes só para entreter, embora respeitemos esse tipo de cinema, que é necessário. Esperamos apenas que nosso público cresça e que um dia possamos nos comunicar com todos com mais facilidade".


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