FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nan Goldin é a mais popular fotógrafa americana dos anos 90. Possivelmente a que mais influenciou a fotografia artística desse período. Seus retratos de amigos e dela própria inspiraram um novo olhar, sem preconceito, de um universo que antes era tratado quase de maneira científica.
Retratando universos como o do submundo dos viciados e travestis, Goldin rompeu com o objetivismo ao retratar a si própria e seus amigos. Um exemplo é "Encontro com Nan Goldin", parte da mostra "Preciosos" do Mix Brasil.
O documentário do francês Jean-Pierre Krief é narrado pela própria artista, que conta, como se estivesse numa sessão de slides de viagem, como realizou suas obras. "Desde pequena percebi que a TV não tinha nada a ver com a vida real, por isso sempre quis mostrar a vida real", explica.
Entretanto essa proposta não visa a denúncia social, mas sim apresentar um roteiro particular de suas experiências. Seja das internações -Goldin foi viciada em heroína por anos-, das relações afetivas ou dos amigos.
Em sua obra, nada é encenado, vida e arte são uma só. "A fotografia é minha memória", afirma. E sua força, como pode ser constado no documentário, está justamente aí, de um situação particular poder chegar a um denominador universal, que Goldin resume em "como é difícil sobreviver".

Encontro com Nan Goldin
Contacts Nan Goldin
    
Direção: Jean-Pierre Krief
Produção: França, 2000 (13 min.)
Quando: hoje, às 14h, e sáb., às 12h, no
MAM (pq. Ibirapuera, portão 3, SP)