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Crítica
"O Operário" exibe o talento de Christian Bale
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Dustin Hoffman disse, certa
vez, que um bom ator não precisava engordar ou emagrecer
insanamente para compor um
personagem. Que bastava a ele,
apenas, honrar seu talento e
atuar.
Há casos e casos, mas esta é
uma afirmação perigosa, porque legitima um vício tradicional entre astros e estrelas (os
norte-americanos, pelo menos), que é o de se julgarem
deuses cujo corpo, sendo sagrado, é intocável.
Ora, é obrigação do intérprete entregar seu físico para um
projeto. Deformá-lo, torná-lo
mundano, honrá-lo como objeto cênico. É o que sempre fez
Robert De Niro, com suas dietas lendárias entre um e outro
filme, ou Al Pacino, deixando
suas olheiras à mostra.
E o soberbo Christian Bale,
que emagreceu 28 quilos para
fazer o torneiro de "O Operário" (Telecine Premium,
16h30). A fotografia contrastada ajuda, mas o resultado na tela é impressionante, digno de
filme de terror gótico. Por isso,
atores e atrizes, inclinai-vos às
exigências dos personagens.
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