São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 2008

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Gilberto Braga afirma não entender nada de TV

Em debate no Rio, autor diz temer fracasso em 2010

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Com 36 anos de televisão, Gilberto Braga diz não entender nada sobre o meio em que se consagrou como um dos maiores nomes da teledramaturgia brasileira.
"Não entendo como que "Escrava Isaura", com Lucélia Santos [como protagonista], direção de Herval Rossano e aqueles cenários horríveis, deu mais ibope que "Força de um Desejo" [também de sua autoria], que parecia um filme do [diretor italiano Luchino] Visconti, com a Malu Mader naqueles figurinos maravilhosos", disse Braga, desdenhando daquele que é um de seus maiores sucessos no Brasil e no exterior durante um dos módulos da série de debates Eu Vejo Novela, anteontem no CCBB do Rio.
Entre histórias de sua carreira, Braga fez elogios e críticas a colegas de profissão, com tiradas irônicas. "Eu reconheço todos os autores, o Manoel Carlos, o Sílvio de Abreu, até o Aguinaldo Silva eu reconheço", disse, arrancando risos da platéia. Braga contou que não consegue escrever nada que não esteja ligado à progressão da trama, e exaltou a habilidade de Manoel Carlos, "que escreve sem história e o pessoal gosta".
Desde já teme o fracasso da novela que terá que escrever em 2010. "Não vou fazer [a trama centrada em] duas mulheres desta vez. Vou fazer com dois homens para não ficar parecida com tudo que eu faço."
A paixão pelo cinema não foi suficiente para que aceitasse algum dos muitos convites que diz ter recebido para escrever roteiros. Braga afirma ter sido a primeira escolha de Walter Salles para desenvolver a história de "Central do Brasil". Chegou a trabalhar algumas semanas com o diretor, mas desistiu. Uma de suas idéias, porém, está no filme: a de que Dora (Fernanda Montenegro) fosse professora. (CAIO JOBIM)


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