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Meredith Monk faz performance vocal
Multiartista americana mostra "Impermanência", espetáculo sobre "fluxo e mudanças", hoje e amanhã
ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A multiartista americana
Meredith Monk não gosta de
rótulos. Apontada como uma
compositora minimalista, ela
diz que sua música é "apenas
um tapete para que a voz flua".
Chamada de musa das vanguardas, ela rebate, com um
sorriso no rosto, dizendo que
nunca quis destruir nada.
"Não fazemos nada novo,
porque tudo já foi feito. Diferentemente da vanguarda nova-iorquina dos anos 60, com a
qual convivi, eu nunca quis destruir ou eliminar nada. Meu
trabalho teve e ainda tem
uma procura pelo mistério, pela magia", diz a cantora, compositora e cineasta.
A artista de facetas múltiplas
voltou a São Paulo esta semana,
onde já tinha visitado em 1994,
para uma série de atividades.
Primeiro, abriu um workshop
sobre voz e canto, depois ministrou a palestra "A Arte como
Prática Espiritual".
Para terminar, hoje e amanhã, no teatro do colégio Santa
Cruz, apresenta o espetáculo
"Impermanência", ao lado do
Vocal Ensemble, grupo que a
acompanha há mais de duas décadas. Numa cena clean, ela e
quatro cantores entoam músicas repletas de malabarismos
vocais, enquanto, vez por outra,
ensaiam coreografias singelas.
Há ainda a participação de três
instrumentistas. A novidade é
que algumas músicas ganharam letras, algo inédito.
"Como é um trabalho que
trata do fluxo, das mudanças,
uso as palavras como se fossem
objetos que vão e vêm. Não me
interessa o significado em si
das palavras, mas os sons e as
sensações que elas oferecem",
explica ela.
Voz
Monk surgiu no cenário artístico nos anos 60, em meio à
ebulição criativa da vanguarda
nova-iorquina. Ela participou
de happenings, criou coreografias, compôs e fez filmes, mas
lentamente foi se interessando
mais pela voz como seu principal instrumento. Ao longo dos
anos, seu discurso também foi
evidenciando uma preocupação espiritual. "A arte é um sistema de comunicação de coração para coração", diz ela.
Isso tudo Monk ressaltou na
palestra feita em SP para um
grupo de 50 pessoas.
"Ela mostra como a prática
espiritual e a meditação são essenciais para o artista", disse a
atriz Letícia Spiller, uma das fãs
assumidas de Monk.
IMPERMANÊNCIA
Quando: hoje, 21h; amanhã, 17h e
21h
Onde: teatro do colégio Santa Cruz
(r. Orobó, 277, Alto de Pinheiros,
tel. 0/xx/11/3024-5191)
Quanto: R$ 40 a R$ 100
Classificação: livre
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