São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 2008

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Meredith Monk faz performance vocal

Multiartista americana mostra "Impermanência", espetáculo sobre "fluxo e mudanças", hoje e amanhã

ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A multiartista americana Meredith Monk não gosta de rótulos. Apontada como uma compositora minimalista, ela diz que sua música é "apenas um tapete para que a voz flua".
Chamada de musa das vanguardas, ela rebate, com um sorriso no rosto, dizendo que nunca quis destruir nada. "Não fazemos nada novo, porque tudo já foi feito. Diferentemente da vanguarda nova-iorquina dos anos 60, com a qual convivi, eu nunca quis destruir ou eliminar nada. Meu trabalho teve e ainda tem uma procura pelo mistério, pela magia", diz a cantora, compositora e cineasta. A artista de facetas múltiplas voltou a São Paulo esta semana, onde já tinha visitado em 1994, para uma série de atividades.
Primeiro, abriu um workshop sobre voz e canto, depois ministrou a palestra "A Arte como Prática Espiritual". Para terminar, hoje e amanhã, no teatro do colégio Santa Cruz, apresenta o espetáculo "Impermanência", ao lado do Vocal Ensemble, grupo que a acompanha há mais de duas décadas. Numa cena clean, ela e quatro cantores entoam músicas repletas de malabarismos vocais, enquanto, vez por outra, ensaiam coreografias singelas.
Há ainda a participação de três instrumentistas. A novidade é que algumas músicas ganharam letras, algo inédito. "Como é um trabalho que trata do fluxo, das mudanças, uso as palavras como se fossem objetos que vão e vêm. Não me interessa o significado em si das palavras, mas os sons e as sensações que elas oferecem", explica ela.

Voz
Monk surgiu no cenário artístico nos anos 60, em meio à ebulição criativa da vanguarda nova-iorquina. Ela participou de happenings, criou coreografias, compôs e fez filmes, mas lentamente foi se interessando mais pela voz como seu principal instrumento. Ao longo dos anos, seu discurso também foi evidenciando uma preocupação espiritual. "A arte é um sistema de comunicação de coração para coração", diz ela.
Isso tudo Monk ressaltou na palestra feita em SP para um grupo de 50 pessoas. "Ela mostra como a prática espiritual e a meditação são essenciais para o artista", disse a atriz Letícia Spiller, uma das fãs assumidas de Monk.


IMPERMANÊNCIA
Quando: hoje, 21h; amanhã, 17h e 21h
Onde: teatro do colégio Santa Cruz (r. Orobó, 277, Alto de Pinheiros, tel. 0/xx/11/3024-5191)
Quanto: R$ 40 a R$ 100
Classificação: livre



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