São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

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Reco-Head comemora quatro anos

Selo indie faz festa hoje, no Blen Blen, e lança três novos discos; os próximos devem ir direto para a rede

DA REPORTAGEM LOCAL

A "sede" da gravadora Reco-Head não mudou. Continua sendo um estúdio bem pequeno, instalado no quintal de uma casa na Vila Mariana. Seu catálogo, no entanto, já contabiliza 17 lançamentos desde que foi criada, há quatro anos, o que é motivo para comemorar.
E a festa é hoje, no Blen Blen, com a presença de parte da trupe que compõem o selo, cuja lista de discos inclui indies, como as bandas Jumbo Elektro, Cérebro Eletrônico, Seychelles e Os Abimonistas, e a cantora Elza Soares, seu único nome "mainstream".
As três atrações que tocam esta noite são também as que acabam de soltar álbum novo na praça: o mentor do selo e multiinstrumentista Arthur Joly, o cantor Fabio Goés e o grupo Druques.
Joly mostra seu novo projetos solo, desta vez, sem subterfúgios de codinomes, como Mugomango -com o qual lançou vários CDs. Em "JamJolie Orquestra", ele assume seu lado cantor, baterista, guitarrista, baixista etc., já que tocou, gravou e produziu tudo sozinho.
"Não tenho ambição de ser popstar. Criei quase que um personagem, não é para eu ser levado muito a sério como cantor", fala Joly, 29, sobre a persona que assumiu para cantar letras bem-humoradas, interpretadas sobre bases pop, com clara influência de sons dos anos 60.
"Sou fanático por Beatles. Também gosto do rock dos Monkeys, Kinks", explica o produtor. O tema das composições também tem tudo a ver com o que essas bandas faziam na época, com referências a mocinhas e romances. "É uma tiração de sarro. O que levo a sério mesmo são os arranjos."
A falta de pretensões, entretanto, é quase só aparência: "Quero fazer um disco por ano, como o Roberto Carlos", compara Joly.

Sérios
Se o projeto de Joly é uma "tiração de sarro" declarada, os outros dois lançamentos da Reco-Head têm pinta de bem sérios.
A começar por Fábio Góes, que mostra canções singelas e bem elaboradas em seu primeiro trabalho solo, "Sol no Escuro", disco cheio de climas cujas referências são "Radiohead e Mogwai".
A boa nova da balada promete ser o Druques, de Bragança Paulista, cuja sonoridade é uma mistura de Strokes com vocais "bemmm" Los Hermanos. Com esses ingredientes, os garotos têm grandes chances de emplacar nos palcos dos inferninhos paulistanos.

Digital
Mesmo sem contabilizar lucros desde que foi criado, o catálogo da Reco-Head deve continuar crescendo. Na internet. "Está cada vez mais difícil de mandar fazer os CDs", conta Joly. "Daqui para frente, vamos apostar em dois formatos: o vinil, que terá tiragens pequenas com encarte bonito, discos coloridos, e a música digital."
Na rede (www.recohead.com.br), Joly explica que a gravadora deverá disponibilizar também vídeos e encarte com ficha técnica para o público baixar. Esse processo, contudo, deverá estar completo somente em cinco ou seis anos. "Enquanto puder investir, invisto. Não sei onde vai chegar, mas, em algum lugar, chega."
(ADRIANA FERREIRA SILVA)

FESTA DA RECOHEAD
Quando:
hoje, às 22h
Onde: Blen Blen (r. Inácio Pereira da Rocha, 520, Pinheiros, tel. 3815-4999)
Quanto: R$ 20


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