São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 2001

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Ex-embaixador na Tailândia é nomeado presidente da Riofilme

SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL

Dança das cadeiras no cinema. As novas administrações nas esferas municipal (Arthur da Távola) e estadual (Helena Severo) de Cultura no Rio de Janeiro começam a repercutir na política cinematográfica do maior pólo distribuidor do filme nacional.
Arnaldo Carrilho, 63, atual embaixador do Brasil na Tailândia, será o novo presidente da Riofilme. Ele substitui José Carlos Avellar, que estava no comando da distribuidora desde 1995.
Avellar, por sua vez, será o homem do cinema no governo estadual. Ele conduzirá o projeto de Helena Severo -que foi titular da Secretaria Municipal da Cultura na administração de Luiz Paulo Conde e agora ocupa a coordenação de Cultura e Turismo no Estado- de impulsionar a produção carioca de filmes.
Nos bastidores, comenta-se que o projeto contará com significativa dotação orçamentária. Mas Avellar não comentou o assunto.
A escolha de Arnaldo Carrilho para a Riofilme considerou dois predicados, segundo o secretário Távola: "Ele é uma pessoa ligada ao cinema e que tem a experiência da negociação internacional". Mas obedeceu, sobretudo, a um critério: "Eu precisava de alguém que fosse equidistante de qualquer grupo de produtores ou cineastas".
É uma senha para a implementação da diretriz que pretende enfocar o investimento de dinheiro público "nos filmes não destinados necessariamente ao êxito mercadológico, mas com um valor intrínseco". E, ao mesmo tempo, reforçar o caráter empresarial da Riofilme, acentuando sua atuação nos pólos da distribuição e exibição com representantes da chamada "produção intermediária". Ou seja, filmes não associados às grandes distribuidoras internacionais, mas com perfil para o sucesso mercadológico.
O envolvimento do futuro presidente da Riofilme com o cinema data da década de 60. Carrilho integrou o Geicine (Grupo Executivo da Indústria Cinematográfica) e coordenou acordos de co-produção entre Brasil e Espanha, Itália, França e Alemanha.
Seu nome aparece nos júris de festivais internacionais e na organização de festivais brasileiros, além de ter assinado a produção executiva de cinco títulos nacionais: "Integração Racial", de Paulo César Saraceni, "Marimbás", de Vladimir Herzog, "Maioria Absoluta", de Leon Hirszman, "Em Busca do Ouro", de Gustavo Dahl, e "O Circo", de Arnaldo Jabor.
O embaixador deve estar de volta ao Brasil e assumir a presidência da Riofilme até o final deste mês. Até lá, João Batista Athayde, assessor do secretário de Cultura, ocupa interinamente o cargo. José Carlos Avellar está afastado das funções desde o último dia 5.
Arthur da Távola diz que conversou com Helena Severo "no sentido de que, tendo em vista os escassos recursos que existem na área da cultura, não haja medidas que se superponham, duplicando esforços que podem estar concentrados".
A distribuidora Riofilme foi criada em 1992, pela prefeitura do Rio. Desde então, distribuiu 101 títulos nacionais no cinema e 94 em vídeo.


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