São Paulo, sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

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Última Moda

ALCINO LEITE NETO - ultima.moda@grupofolha.com.br

Fashion Rio na era pós-carnavalesca

Nova direção do evento "limpa" desfiles de cenários mirabolantes e encenações kitsch, colocando a roupa no primeiro plano

ALCINO LEITE NETO
VIVIAN WHITEMAN

ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

Acabou a era carnavalesca do Fashion Rio. Um dos sintomas mais visíveis do "toque Paulo Borges" no evento, na segunda temporada dirigida pelo empresário, foi o corte radical dos cenários mirabolantes, das passarelas exageradas e das encenações kitsch que costumavam pipocar na semana carioca.
Nenhuma grife fez também desfile fora dos armazéns do píer Mauá, sede do Fashion Rio, levando o público para incursões pela cidade.
Até mesmo a plateia pareceu diferente. Os atores Taís Araújo e Thiago Lacerda, por exemplo, foram recebidos no desfile da TNG por um público contido, se comparado à plateia histérica que acompanhava os shows da grife no passado.
Com isso, as roupas ocuparam o primeiríssimo plano de observação. Para algumas marcas, isso é uma vantagem. Para outras, é o grande problema.
No caso da TNG, as roupas não resistiram a um exame, digamos, nu e cru. Com uma coleção inspirada em indígenas do Alasca e do Canadá, a grife economizou demais nos tecidos e nas propostas de modelagem, apostando não num básico charmoso, mas num arroz com feijão dos mais insossos.
Marcas como Redley, New Order e Andrea Marques conseguiram fazer brilhar suas coleções, apesar da frieza dos armazéns do porto.
A Redley mostrou sua última coleção assinada por Jurgen Oeltjenbruns. Foi uma despedida e tanto. Grafismos, propostas esportivas sofisticadas e boa alfaiataria contemporânea: todo o repertório do estilista alemão (de partida para NY) estava lá, em ótima forma.
Os estreantes Andrea Marques e New Order superaram as expectativas, bem como Lucas Nascimento, no início do evento carioca.
Andrea encantou as moças com looks ultrafemininos, repletos de requintes charmosos, muito bem confeccionados e pragmáticos. A New Order, especializada em acessórios, exibiu peças inspiradas no universo canino, numa coleção pop e bem-humorada, com mochilas peludas, tênis com maxitachas, tiaras de orelhinhas de bicho... Difícil é dizer o que não vai virar objeto de desejo.
Entre as tendências, apareceram os brilhos, sobretudo o lurex, os elementos militares e orientalistas e uma volta aos anos 70, com maxivestidos longos, babadões folk, saias compridas, pelúcias e pele fake.
Na cartela de cores, muito azul, verdes-escuros, pitadas de vermelho e laranja, além dos ocres. Sem falar no preto, que mantém seu posto de não cor "hors concours" do inverno.


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