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Última Moda
ALCINO LEITE NETO - ultima.moda@grupofolha.com.br
Fashion Rio na era pós-carnavalesca
Nova direção do evento "limpa" desfiles de cenários mirabolantes e encenações kitsch, colocando a roupa no primeiro plano
ALCINO LEITE NETO
VIVIAN WHITEMAN
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
Acabou a era carnavalesca do
Fashion Rio. Um dos sintomas
mais visíveis do "toque Paulo
Borges" no evento, na segunda
temporada dirigida pelo empresário, foi o corte radical dos
cenários mirabolantes, das passarelas exageradas e das encenações kitsch que costumavam
pipocar na semana carioca.
Nenhuma grife fez também
desfile fora dos armazéns do
píer Mauá, sede do Fashion
Rio, levando o público para incursões pela cidade.
Até mesmo a plateia pareceu
diferente. Os atores Taís Araújo
e Thiago Lacerda, por exemplo,
foram recebidos no desfile da
TNG por um público contido,
se comparado à plateia histérica que acompanhava os shows
da grife no passado.
Com isso, as roupas ocuparam o primeiríssimo plano de
observação. Para algumas marcas, isso é uma vantagem. Para
outras, é o grande problema.
No caso da TNG, as roupas
não resistiram a um exame, digamos, nu e cru. Com uma coleção inspirada em indígenas do
Alasca e do Canadá, a grife economizou demais nos tecidos e
nas propostas de modelagem,
apostando não num básico
charmoso, mas num arroz com
feijão dos mais insossos.
Marcas como Redley, New
Order e Andrea Marques conseguiram fazer brilhar suas coleções, apesar da frieza dos armazéns do porto.
A Redley mostrou sua última
coleção assinada por Jurgen
Oeltjenbruns. Foi uma despedida e tanto. Grafismos, propostas esportivas sofisticadas e
boa alfaiataria contemporânea:
todo o repertório do estilista
alemão (de partida para NY)
estava lá, em ótima forma.
Os estreantes Andrea Marques e New Order superaram
as expectativas, bem como Lucas Nascimento, no início do
evento carioca.
Andrea encantou as moças
com looks ultrafemininos, repletos de requintes charmosos,
muito bem confeccionados e
pragmáticos. A New Order, especializada em acessórios, exibiu peças inspiradas no universo canino, numa coleção pop e
bem-humorada, com mochilas
peludas, tênis com maxitachas,
tiaras de orelhinhas de bicho...
Difícil é dizer o que não vai virar objeto de desejo.
Entre as tendências, apareceram os brilhos, sobretudo o
lurex, os elementos militares e
orientalistas e uma volta aos
anos 70, com maxivestidos longos, babadões folk, saias compridas, pelúcias e pele fake.
Na cartela de cores, muito
azul, verdes-escuros, pitadas
de vermelho e laranja, além dos
ocres. Sem falar no preto, que
mantém seu posto de não cor
"hors concours" do inverno.
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