São Paulo, Sexta-feira, 15 de Janeiro de 1999
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CINEMA - ESTRÉIAS
Norton encarna Pernalonga em "Cartas"

Divulgação
Os atores Matt Damon (esq.) e Edward Norton em cena de "Cartas na Mesa", filme sobre pôquer dirigido por John Dahl e que estréia hoje


ADRIANE GRAU
enviada especial a Los Angeles

Edward Norton despontou como um dos melhores jovens atores de Hollywood em "As Duas Faces de um Crime". O ator apareceu ainda em "Todos Dizem Eu Te Amo", de Woody Allen, e, neste ano, estrelou "American History X" e "Cartas na Mesa", que estréia hoje. Neste último, atua ao lado de Matt Damon e interpreta Worm, um ex-presidiário obcecado pelo pôquer.

Folha - O que o atraiu em "Cartas na Mesa"?
Edward Norton - O que eu mais gosto no filme não é o fato de ele ser sobre pôquer, que é um mundo sobre o qual eu não sabia nada. Gosto porque é um filme sobre autodefinição, sobre as pessoas chegarem a um ponto onde param de fazer coisas por causa dos outros ou porque é a coisa certa e começam agir apaixonadamente. É sobre Mike (personagem de Matt Damon) tomar coragem e partir para o que ele acha que é sua vocação.
Folha - Por que você gosta de seu personagem Worm, um marginal?
Norton - Ele me fez pensar no Pernalonga. Ele é anárquico e caótico, mas também é muito divertido. E é por isso que ele vai se virando. Acho que Worm é assim também. Mike não consegue resistir.
Folha - Qual foi seu ponto de partida para inventar Worm?
Norton - As roupas dele. Em outros personagens é o sotaque ou algum cacoete. Mas Worm é o Keith Richards do circuito de pôquer. Ele pensa que é o único que tem estilo. Ele pensa sobre si mesmo como uma estrela de rock.
Folha - É verdade que você aprendeu a jogar pôquer?
Norton - Tive que aprender a jogar, pois assim vira uma coisa automática. Posso me concentrar em fazer o personagem e não em jogar. O único truque que ainda uso é aquele de embaralhar as cartas mantendo o ás no fim da pilha.
Folha - Você parece ter tido uma vida bem diferente da de Worm. É verdade que já trabalhou na empresas da família?
Norton - Meu avô criou a Fundação Enterprise em 1979. É uma das maiores fundações para criar casas de qualidade para famílias de baixa renda por meio de parcerias com instituições públicas e privadas em 300 cidades. Trabalhei com eles em Nova York durante dois anos.
Folha - Como é o filme "The Fight Club", em que você atua ao lado de Brad Pitt e sob a direção de David Fincher?
Norton - Não posso contar muito a respeito. Mas é um filme muito surreal, tipo "A Laranja Mecânica" e "A Primeira Noite de Um Homem", que marca o modo de agir de uma geração. Este é o primeiro filme que eu faço que realmente atinge o nervo dos meus sentimentos enquanto parte de uma geração.


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