do enviado a Berlim

Marcelo Tas está escalado para apresentar hoje a sessão brasileira no Transmediale 2000, o principal festival berlinense dedicado à produção audiovisual baseado em novas tecnologias. Organizado por ele, o programa foi batizado de "Futebol, Samba e TV".
A sessão inclui algumas das desventuras do repórter ficcional Ernesto Varela e dois documentários dirigidos por João Moreira Salles: "Antes", da série "Futebol", e "Notícias de uma Guerra Particular", uma sóbria radiografia do tráfico de drogas no Rio co-realizado por Kátia Lund.
É uma participação pontual, mas importante. O futuro da produção audiovisual passa antes pela Transmediale do que pelo festival de cinema também realizado na cidade.
Enquanto a Berlinale contenta-se em apresentar alguns experimentos com cinema digital, como trechos do novo filme de Wim Wenders e o decepcionante "Signs and Wonders", de Jonathan Nossiter, a Transmediale dedica inúmeras projeções e seminários para a (r)evolução digital, a arte em CD-ROM e na Internet, o universo dos games e a vanguarda dos efeitos especiais.
A tradicional mostra competitiva de vídeo conta com participações de realizadores argentinos e mexicanos, mas desta vez não de brasileiros.
Um programa especial destaca a obra do videomaker colombiano Gilles Charalambos. Os outros homenageados com sessões especiais são o jovem Dawn Shadtforth, diretor de clipes do Garbage e Moloko, entre outros, e o pioneiro videoartista Steina Vasulka. O evento vai até domingo.

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O filme "Romance", de Sérgio Bianchi, participa da retrospectiva dedicada pela mostra paralela Panorama à memória do diretor Manfred Salzgeber. Bianchi finaliza no momento seu novo filme, "Cronicamente Inviável".
Por sua vez, o Fórum Internacional do Cinema Jovem exibiu na noite de domingo o documentário experimental "Teatro Amazonas", da americana Sharon Lockhart. Durante 40 minutos, a câmera registra frontalmente os restritos movimentos do público sentado durante uma performance. O som do espetáculo é substituído por uma algaravia em tom alto. De picaretagem também se vive. (AMIR LABAKI)