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MÚSICA
De contrato assinado com a Trama, banda deseja fazer seu quinto CD tão forte quanto "Afrociberdelia", de 1996
Nação Zumbi prepara disco para meados de 2002
CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL
Cinco anos depois do trágico
acidente de carro que matou Chico Science, a Nação Zumbi prepara um disco, para meados de
2002, que deve marcar o retorno
da banda ao primeiro escalão do
pop nacional.
Depois de passagem bem-sucedida pela Sony, pela qual lançou o
marcante "Afrociberdelia", a banda praticamente sumiu. Gravou
um disco em 99 ("Rádio
S.A.M.B.A") pela Y Brasil, na verdade uma produtora de publicidade, que teve pouquíssima distribuição pelo país.
O álbum acabou tendo mais
destaque no exterior, onde foi
lançado um ano depois. Vendeu
entre Europa e EUA 15 mil cópias,
quase o dobro das vendas no Brasil. "Recebemos mais grana de direito autoral do exterior do que do
Brasil. É muito maluco", diz o guitarrista da Nação, Lúcio Maia, 30.
Banda mais representativa do
movimento mangue beat, a Nação Zumbi preferiu continuar no
Brasil mesmo quando percebeu
que no exterior a coisa poderia ser
mais fácil.
"Decidimos não entrar num
"movimento Sepultura". Claro que
é mais difícil ficar aqui, país onde
tem até nota fiscal para o jabá de
rádio... Mas resolvemos ficar e
tentar mudar alguma coisa", diz.
De contrato assinado com a
Trama, a Nação se diz mais amadurecida musicalmente. "Vai ser
um disco muito forte, talvez tanto
quanto o "Afrociberdelia'", adianta Maia.
Segundo ele, "98% das músicas"
do disco estão prontas. "O Jorge
[du Peixe" fez umas letras muito
bacanas. Ele escreve de um jeito
bem diferente do Chico, o que é
interessante. Chico era quase
panfletário, e o Jorge usa muitas
metáforas", diz o guitarrista.
A banda vai entrar em estúdio
no próximo mês de março. Se tudo correr como o planejado, o
disco deve sair em junho.
Será o quinto álbum da banda,
depois de "Da Lama ao Caos"
(1994), "Afrociberdelia" (1996),
"CSNZ" (1998) e "Rádio
S.A.M.B.A" (1999).
Avenida Chico Science
Maia diz que, depois de morto,
Chico Science foi transformado
num mártir pelo povo de Recife.
Na cidade, praça, avenida e túnel
ganharam o nome do antigo vocalista da Nação Zumbi.
"Aconteceu uma coisa que fugiu do nosso meio. Mitificaram o
Chico de um jeito que nem parece
que se trata do mesmo cara com
quem a gente tocava", avalia.
"Tem gente que nem acredita que
ele era meu amigo de infância."
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