INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Carla Camurati diz ter sentido, certa ocasião, que as coisas estavam erradas no cinema brasileiro, já que os filmes simplesmente não eram vistos. Tomou então a decisão de fazer "Irma Vap - O Retorno" (Canal Brasil, 15h).
Razão há de ter a atriz-diretora: fazemos filmes demais que ninguém vê. Mas sua tentativa de "fazer popular", baseando-se em um sucesso do teatro, deu com os burros n'água em mais de um sentido: foi fracasso de crítica e de público.
Que o cinema brasileiro merece e precisa de uma grande discussão, não há dúvida. Ela envolve seja problemas de distribuição, seja a questão de um público que por qualquer motivo (justo ou injusto, não vem ao caso) rejeita esse produto (aceitemos a palavra).
Envolve, também, os filmes. Não adianta repetir que o público é formado pelo cinema americano. Claro que é. E continuará sendo. O que é preciso é achar um meio de ficar atirando para todo lado à espera do êxito que, não se sabe como, às vezes acontece.


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