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"Laranja" vai processar produtor acusado de fraude no Rio
free-lance para a Folha
A ex-bilheteira de teatro Lindomar Pereira Ferreira, 31, que afirmou ter sido usada como "laranja" pelo produtor cultural Carlos
Alberto Beline em três projetos
teatrais suspeitos de utilização
fraudulenta de recursos, vai processar o produtor.
No caso, que envolve verbas de
R$ 450 mil Ufirs (R$ 478 mil) em
incentivos fiscais, Ferreira teria sido usada para que o produtor, conhecido como Beto Bellini, não ficasse diretamente vinculado.
Segundo Paola Sparano, advogada de Ferreira, ela recebia as
parcelas das verbas de patrocínio
emitidos para a produtora Streva
Gordo na RioArte -órgão que
incentiva a produção de cultura
no município- e repassava para
Bellini, que aguardava na rua.
"Queremos a quebra de sigilo
bancário pois precisamos saber
para onde foram os cheques."
Em 21 de março, a atriz Patrícia
Gordo e a diretora Christina Streva, donas da Streva Gordo, pediram a instauração de inquérito
policial para apurar a falsificação
de documentos e o uso indevido
do nome de sua empresa por Bellini na captação de recursos.
As duas acusam Bellini de ter
falsificado a assinatura de Patrícia
Gordo "em mais de 300 documentos", inclusive na procuração
em que Gordo autorizaria Ferreira a retirar as parcelas do patrocínio na RioArte.
A ex-bilheteira não quis confirmar ontem as declarações que tinha dado na véspera de que os
cheques emitidos pela RioArte
para a Streva Gordo teriam sido
depositados em uma conta-poupança aberta por Érica Barbosa
Silva, mulher de Bellini.
O processo foi enviado para a
Delegacia de Defraudações para
instauração de inquérito. A polícia tem 30 dias para examinar os
documentos e enviar o caso novamente para o Ministério Público.
A Folha tentou durante dois
dias falar por telefone com BetoBellini, mas ele não foi localizado.
(RODRIGO HINRICHSEN)
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