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São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2003

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MÚSICA

Musa dos anos 60 desfila ascensão e queda

Divulgação
A cantora Marianne Faithfull, que está em 'Dreaming My Dreams'


BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

Se os clichês são essenciais para a história do rock, acompanhar a carreira da cantora inglesa Marianne Faithfull, 56, é quase um guia para entender como o estilo construiu suas bases.
Encarnando a figura de mito trágico, ela brada sua condição de sobrevivente no documentário "Dreaming My Dreams", que o canal Eurochannel exibe hoje.
"É uma história que nunca foi contada dessa forma, relacionando o espírito da época com suas experiências pessoais", diz Geoffrey Kempin, produtor-executivo de "Dreaming" em entrevista à Folha. "Ela simboliza a fascinação que os anos 60 continuam exercendo nas pessoas. Os excessos do período são resumidos na figura de Marianne."
Excessos que não condenaram sua produção à irrelevância. Logo depois que deu as caras, em 1964, com o hit "As Tears Goes By", ela era, por muitos, vista apenas como a namorada/tiete de Mick Jagger. "Naquela época, o Rolling Stones estava começando a ficar poderoso", diz Marianne no documentário. Começava também sua história de dependência de drogas, que durou mais do que sua relação com Jagger.
Os anos 70 foram os mais pesados para a cantora, uma espécie de ressaca após o fim de seu namoro, uma tentativa de suicídio e a morte de Brian Jones (1942-69), guitarrista do Stones. "Acho que, de certa forma, estava morta nesse período", diz.
De inocente cantora pop/folk, ela começaria a cantar sobre suas experiências barra-pesada em "Broken English" (79). "Todas as letras que escrevo são sobre mim. É uma tentativa de explicar minhas escolhas; às vezes, as pessoas não fazem as escolhas que você faria, mas isso não significa que são as escolhas erradas." Hoje, "limpa" e com a carreira ativa, a cantora encarna a musa decadentista do rock.

MARIANNE FAITHFULL - DREAMING MY DREAMS. Direção: Michael Collins. Inglaterra, 1999. Com Marianne Faithfull, Keith Richards. Quando: hoje (às 9h) e dia 25 (às 16h), no Eurochannel.


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