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TELEVISÃO
Crítica
Episódios enfileirados não justificam "Piaf"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Por mais interessante ou
dramática que seja, uma vida
não pode ser resumida em uma
série de episódios enfileirados,
como acontece em "Piaf - Um
Hino ao Amor" (HBO Plus,
23h30; não indicado a menores
de 14 anos).
A produção do filme mostrou
extrema competência ao escalar Marion Cotillard para o papel de Edith Piaf (a grande cantora francesa do século passado, para quem não saiba). Deu
até em Oscar de atriz, com claros benefícios para a carreira
internacional do filme.
Ainda assim, os realizadores
franceses de filmes comerciais
(de biografias, em particular)
deveriam se inspirar mais nos
trabalhos do italiano Roberto
Rossellini nos anos 1960/70.
Lá aprendemos que mais vale,
às vezes, se fixar num momento da vida que resume todos os
outros.
Mas, sempre, sempre, o todo
deve ser submetido a uma
ideia. Sem ela, o que sobra é
uma fileira de episódios que só
se justifica por um nome (Piaf,
no caso).
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