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ARTES PLÁSTICAS
Evento começa em 25/9, em São Paulo
Para curador, 26ª Bienal procura menos tecnologia e mais pintura
JANAINA ROCHA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O tema da 26ª Bienal de São
Paulo, que começa em 25 de setembro, é "Território Livre", mas
a fala do seu curador, Alfons Hug,
é, no entanto, mais rígida. As
obras primam, segundo ele, pela
recuperação da forma estética,
"sem submetê-la" a discursos políticos e econômicos.
Se as questões sociais estiveram
presentes em mostras mundiais
recentes, como na última Documenta de Kassel, isso não deve se
refletir na Bienal.
Para a construção de "um mundo paralelo", o das artes, Hug afirma que a escolha das obras deu-se
como na exploração dos navegadores do século 16, atentos "aos
tesouros". E por isso, talvez, haja
uma seleção de nomes pouco conhecidos no Brasil, segundo ele.
"A produção da chamada periferia tem melhorado muito, e fomos atrás do que é relevante e
desconhecido por nós. Não posso
simplesmente copiar a lista de Veneza ou de Kassel."
Para o curador, a pesquisa de
artistas atingiu as "margens do
mundo", os extremos culturais
europeus (o leste, em especial), o
sudeste asiático e o mundo árabe,
como a presença de Abdullah Alsaadi, dos Emirados Árabes, descoberto na Bienal de Sharjah.
Se, por um lado, a curadoria da
Bienal esteve atenta "ao que há de
qualidade e atualidade no contexto dos 55 países envolvidos", o
viés estético é algo rígido quando
Hug fala que essa edição procurou menos tecnologia e mais pintura, fotografia e escultura.
"A pintura vive um bom momento na Europa Central e na
América do Norte. Recupera um
caráter artesanal e individual de
sua realização", diz. Um exemplo
é o trabalho de Julie Mehretu,
americana de origem etíope.
"Acho que essa Bienal está dando
atenção a vários suportes, como o
vídeo e a instalação, mas não a enxergo como lugar de novas tecnologias. Isso cabe ao Itaú Cultural."
O uso da madeira e de outros
materiais orgânicos é outro elemento marcante, especialmente
nas obras dos artistas brasileiros,
como a "serpente" de 30 metros
talhada em madeira de eucalipto
pelo baiano Maxim Malhado.
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