São Paulo, quinta-feira, 15 de julho de 2004

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CIRCO VOADOR

Espaço na Lapa, que volta a funcionar na próxima quinta, teve ajuda da prefeitura, que o fechou há oito anos

Principal palco do "rock 80" reabre no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

O nome é o mesmo, o endereço também, mas o Circo Voador que reabre na próxima quinta-feira, no Rio, é outro. Há oito anos fechado, o terreno que sediou o rock brasileiro na década de 80 mudou de cara e, contrastando com seu passado alternativo, ganhou um empurrão oficial.
A Prefeitura do Rio bancou com R$ 4 milhões a obra de reconstrução. A antiga tenda foi trocada por uma lona de PVC prateada. Equipamentos de som e luz são novos, e o tratamento acústico pretende proteger os vizinhos da Lapa (centro) do barulho.
A coordenadora geral Maria Juçá recebeu ontem as chaves das mãos do secretário municipal de Urbanismo, Alfredo Sirkis. Segundo ela, a prefeitura não entrará com mais recursos nem influirá na programação.
"Será o mesmo Circo, mas com uma estrutura muito melhor", diz Juçá. Ela admite, no entanto, que o clima ultraliberal sofrerá restrições. Cena impensável nos velhos tempos, haverá seguranças coibindo o consumo de maconha. "É claro que não haverá violência. Mas quem quiser fumar precisa saber que poderá prejudicar toda a população, porque, se acontecer algo, o ônus será do Circo."
O temor está ligado ao fato que provocou o fechamento do local em 1996. Apoiado por Cesar Maia, que encerrava seu primeiro mandato, Luiz Paulo Conde foi comemorar sua eleição para prefeito no Circo, onde acontecia um show da banda Ratos do Porão. Conde foi ofendido pelos punks, e Maia cancelou a concessão que mantinha a lona aberta.
O apoio municipal ao novo Circo reforça a convicção de Perfeito Fortuna de que o espírito alternativo da marca está comprometido. Perfeito fundou o Circo em 1982 ao lado de Juçá e outros, afastou-se em 1989 da administração, mas continuou como seu proprietário. Ele tem lutado na Justiça para reaver os direitos sobre o título "Circo Voador".
"Há mais de 90 processos contra o Circo, e sou eu quem paga as dívidas. A Juçá foi atrás da marca, não de uma forma de saldar as dívidas. Mas a marca é minha e quero usá-la na Fundição Progresso, onde o espírito do Circo está mantido", diz ele.
A reabertura, no dia 22, terá um show com nomes que fizeram sua história, como Lobão e Kid Abelha. (LUIZ FERNANDO VIANNA)


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