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CIRCO VOADOR
Espaço na Lapa, que volta a funcionar na próxima quinta, teve ajuda da prefeitura, que o fechou há oito anos
Principal palco do "rock 80" reabre no Rio
DA SUCURSAL DO RIO
O nome é o mesmo, o endereço
também, mas o Circo Voador que
reabre na próxima quinta-feira,
no Rio, é outro. Há oito anos fechado, o terreno que sediou o
rock brasileiro na década de 80
mudou de cara e, contrastando
com seu passado alternativo, ganhou um empurrão oficial.
A Prefeitura do Rio bancou com
R$ 4 milhões a obra de reconstrução. A antiga tenda foi trocada
por uma lona de PVC prateada.
Equipamentos de som e luz são
novos, e o tratamento acústico
pretende proteger os vizinhos da
Lapa (centro) do barulho.
A coordenadora geral Maria Juçá recebeu ontem as chaves das
mãos do secretário municipal de
Urbanismo, Alfredo Sirkis. Segundo ela, a prefeitura não entrará com mais recursos nem influirá na programação.
"Será o mesmo Circo, mas com
uma estrutura muito melhor", diz
Juçá. Ela admite, no entanto, que
o clima ultraliberal sofrerá restrições. Cena impensável nos velhos
tempos, haverá seguranças coibindo o consumo de maconha. "É
claro que não haverá violência.
Mas quem quiser fumar precisa
saber que poderá prejudicar toda
a população, porque, se acontecer
algo, o ônus será do Circo."
O temor está ligado ao fato que
provocou o fechamento do local
em 1996. Apoiado por Cesar
Maia, que encerrava seu primeiro
mandato, Luiz Paulo Conde foi
comemorar sua eleição para prefeito no Circo, onde acontecia um
show da banda Ratos do Porão.
Conde foi ofendido pelos punks, e
Maia cancelou a concessão que
mantinha a lona aberta.
O apoio municipal ao novo Circo reforça a convicção de Perfeito
Fortuna de que o espírito alternativo da marca está comprometido. Perfeito fundou o Circo em
1982 ao lado de Juçá e outros, afastou-se em 1989 da administração,
mas continuou como seu proprietário. Ele tem lutado na Justiça para reaver os direitos sobre o
título "Circo Voador".
"Há mais de 90 processos contra o Circo, e sou eu quem paga as
dívidas. A Juçá foi atrás da marca,
não de uma forma de saldar as dívidas. Mas a marca é minha e quero usá-la na Fundição Progresso,
onde o espírito do Circo está
mantido", diz ele.
A reabertura, no dia 22, terá um
show com nomes que fizeram sua
história, como Lobão e Kid Abelha.
(LUIZ FERNANDO VIANNA)
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