São Paulo, quarta-feira, 15 de julho de 2009 |
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Crítica Filme troca universo fantástico por banalidades "O Enigma do Príncipe" perde ao focar em dramas amorosos de Harry Potter
RICARDO CALIL
Entre os seis filmes da
série "Harry Potter" até
aqui, "O Enigma do
Príncipe" é aquele que se sustenta mais sobre os elementos
dramáticos e menos sobre os
fantásticos. A escolha vem sendo saudada por boa parte da
crítica estrangeira como um sinal de maturidade da franquia.
Como se a mudança de registro
por si só fosse um selo de garantia. Como se a fantasia fosse
uma doença juvenil a ser superada pelo respeitável drama. O
problema, claro, é outro: não os
elementos escolhidos, e sim como lidar com eles.
A magia não foi descartada de
todo. O novo episódio conta
com as velhas batalhas entre o
bem e o mal, entre os seguidores de Voldemort e a turma de
Harry Potter. Há ainda uma revelação importante sobre o
verdadeiro caráter de um personagem importante (o "príncipe" do título) e a morte de outro fundamental. Mas o filme
parece mais interessado nos
pequenos desencontros amorosos de Harry, Ron e Hermione. Ou em tentar entender a
origem do mal na trajetória de
Voldemort dentro de Hogwarts. Como se fosse uma mistura de peças shakespeareanas,
algo entre "Sonhos de uma Noite de Verão" e "Ricardo III".
Mas J.K. Rowling não é Shakespeare. Isso não é nenhum
demérito, mas uma questão de
vocação. O filme troca algo em
que a série é única -seu universo fantástico- por algo em que
é absolutamente banal. Os episódios corriqueiros não oferecem grandes insights sobre a
condição humana. Eles são
apenas... corriqueiros.
Por mais relevantes que sejam alguns acontecimentos do
longa, por mais correta que seja
a direção de David Yates
("Harry Potter e a Ordem da
Fênix"), "O Enigma do Príncipe" deixa a sensação de ser um
filme de passagem. Não o rito
de passagem da infância para a
vida adulta, tema subjacente de
toda a série.
Mas um momento de transição entre um episódio importante e outros dois conclusivos. HARRY POTTER E O ENIGMA DO PRÍNCIPE Direção: David Yates Produção: EUA, 2009 Com: Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint Onde: nos cines Anália Franco, Iguatemi Cinemark, Villa-Lobos e circuito Classificação: 12 anos Avaliação: regular Texto Anterior: Conexão Pop Próximo Texto: Cinema: Festival de Gramado anuncia os títulos de sua competição Índice |
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