UOL


São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ERIKA PALOMINO

SAMBA & FOFURAS, DO BLACK AO ELECTRO

Talvez você já tenha ouvido falar por aí que a jornalista Claudia Assef estava fazendo um livro sobre DJs. Mas o que vou contar você não sabia: o livro é muuuuito legal. Mesmo. E, se você se interessou por ler esta página, você vai ter que ter esse livro. Chama-se "Todo DJ Já Sambou - A História do Disc-Jóquei no Brasil". O lançamento é em setembro, sai pela editora Conrad, e eu comecei a ler nesta semana. A capa é aquela incrível imagem do Mau Mau de manhã no Skol Beats, e o texto encontra deliciosa coloquialidade. Claudia alcança cumplicidade -vinda das pistas- e traz preciosismo de informação com sensacional timing: nada enche, nunca cansa. Você vai conhecer a (pré-)história dos maestros das pistas brasileiras desde o rock do final dos anos 50, dos bailes black dos anos 60 até a incensada posição de hypes internacionais de hoje, em mais de cem entrevistas, ilustradas com fotos e flyers históricos. E, a menos que apareça um chato magoado lá na frente, parece que não faltou ninguém. Todo mundo que efetivamente fez alguma coisa atrás das picapes está creditado ali, com respeito e reverência, partindo do técnico de som Osvaldo Pereira, hoje com 68 anos, registrado no livro como o primeiro DJ do Brasil.
Todos os gêneros musicais estão presentes, da disco ao tecno, do funk até o novo electro. E a grande graça está em ouvir os lendários nomes do passado, em histórias de clubes igualmente inesquecíveis. Vêm histórias de como era marginalizada a história do tocador de discos e da passagem ao status de superstars. O livro faz justiça e dá voz até mesmo a muita gente que se acha marginalizada e oferece também, em seus relatos, um panorama da música tocada e produzida no Brasil. Com momentos pitorescos, causos de cabine, revelações nas entrelinhas, a autora traz paixão a cada linha. E contagia. O deslumbre vem no ponto certo -tarefa difícil, quando se está tão imerso-, o que só ajuda a leitura. Por fim, há ainda um glossário fofo pra quem chegou agora. Bem-vindos, todos.

na noite ilustrada...
Finde cheio de DJs gringos. O sueco Samuel L. Sessions toca no Lov.e com Mau Mau e Erik Caramelo; outra opção é o Manga Rosa, que recebe os DJs Gu e Zanzi; no D-Edge tem Renato Ratier, Marcão Morcerf e Vitor A. No Café Chill Out (r. Ribeirão Claro, 456) tem a noite tech-house do Jac Junior. Mauro Borges é o residente da sua Disco Fever (r. Oscar Freire, 1.225), que está engraçada. E o Xingu (em reformas) abre excepcionalmente hoje com Luca e Liana, que também tocam amanhã na Sexpop no Supper Clube (r. Brigadeiro Galvão, 871). O Manga Rosa recebe o DJ Miguel Silver, residente do superclube Pacha, de Buenos Aires, e no D-Edge toca o DJ inglês Paul Mac. Quem gosta de rock se joga na All Stars, no Trip Dancing Bar (r. Fradique Coutinho, 1.002), que tem discotecagem do Lúcio Ribeiro. E, se quiser fervelândia, vá à festa de dois anos da Level com os DJs residentes da casa, mais o Pareto. Ou então na noite Jet Lounge, no recém-reaberto Ultralounge (r. Consolação, 3.031), com Dadá Cardoso e Mario Mendes no som.

THAAH? ELECTROCLASH NO BRASIL, MEU BEM
E confirmou! Larry Tee, mentor do movimento electroclash, do Brooklyn (Nova York), chega aqui em setembro. Ele vai tocar no Ampgalaxy nos dias 4 e 5 e na Bunker, no Rio, no dia 6. Quem está trazendo é Gustavo Guimarães, o Gus, que também cuida da direção artística do novo clube que está conquistando São Paulo. "Ele está superempolgado, adora o Brasil", diz Gus. Larry esteve aqui em 92 e diz que foi até no Krawitz!!! Ele vem com o namorado, o fotógrafo Conrad Ventur (que registra a onda electroclash). Ai, vai ser tudo. Eu não falei que este é o ano do electro no Brasil?

EU DIGO LOUCURINHAS NA PISTA...
E antes do Larry Tee, tem Señor Coconut. O produtor alemão engraçadão toca aqui dias 19 e 20 de agosto na Mostra Sesc de Artes. Ele é aquele das versões absurdinhas e criativas, que apareceu para o mundo com os covers latinos de Kraftwerk. Ele contou para a gente que virá com mais oito músicos e vão tocar as maluquices de seus dois últimos álbuns, "El Baile Aleman" (o do Kraftwerk) e "Fiesta Songs". "Além de vocalista, teremos marimba, vibraphone, sax, trompete, percussão e baixo. Além de mim mesmo, com o laptop." Mas nem ele sabe direito o que podemos esperar: "Vejo cada performance como uma surpresa. Meu trabalho é resultado de uma grande pesquisa pessoal". E ele também se liga no Brasil: "Adoro idéias musicais, e a música brasileira é cheia delas, tanto o passado quanto o presente". Viu?

palomino@uol.com.br

www.erikapalomino.com.br


Colaborou Camila Yahn, free-lance para a Folha

TRAPISTAS UNIDOS NA NOITE DA CAMISETA
Marcelo Sommer está trazendo ar fresco para o pré-clube Pix, com suas festas de temas absurdinhos. Hoje tem a Festa da Camiseta Velha, com concurso e tudo. O dress code é aquela sua camiseta mais velha e podre. Pode ser moletom, regata, mas tem que ser bem trash ou trapista (vertente da corrente new-dirty). Vai ter uma arara com camisetas de fashionistas conhecidos, como Robert Estevão e Davi Pollak. "Cada um faz seu preço", brinca Marcelo. A noite tem produção da Marcelona e Ana Baravelli e ainda o door policy babado da Luma Assis. André Juliani e o carioca Jonas Rocha tocam na noite.

VISUAL VERSUS MÚSICA NO RIO
Acontece hoje no Rio um superduelo (do bem) entre VJs e DJs. Com direção de Jodele Larcher, o Versus será o primeiro de uma série de cinco eventos que vão acontecer até o fim do ano. É a maior reunião de DJs e VJs que já se viu. A programação começa às 18h com uma oficina de VJs, seguida por uma mesa-redonda. O ponto alto é o desafio do coletivo de VJs Azóia com DJ Shield e uma performance com Jorge Mautner. O Versus rola no Ballroom (r. Humaitá, 110).

ESSA MELINA É...
ESTOPIM...
Na busca por divas do electro-rock, apresentamos a linda Melina Pecharki. Ela faz parte do projeto Evil Sounds Drink, em que canta com seu namorado, Pedro Angeli. Eles fazem uma superfusão de tecno, rock, electro, hip hop. Tudo pesado e com uma linguagem tipo forte. No show de anteontem no espaço Hole a gente viu tudo. Melina tem cara de boazinha, mas no palco é um estopim. Linda e fetichista, canta ao microfone frases sujas tipo Peaches. "As letras perversas caracterizam nosso som", diz Pedro. Lançaram um EP, o "Cuz Cum", que você pode ouvir no site deles (www.evilsoundsdrink.cjb.net). A próxima data do ESD é na noite Debut, na Torre, dia 28.


Texto Anterior: Assunto de Meninas
Próximo Texto: Documentário: Murilo Salles apresenta faces brasileiras
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.