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São Paulo, sexta-feira, 15 de agosto de 2003

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RUÍDO

Gravadoras BMG e Warner negociam fusão global

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Avançam as negociações para a fusão entre a quarta e a quinta maiores gravadoras do mundo, BMG e Warner. No Brasil, nenhuma das gravadoras se pronuncia oficialmente, mas a negociação teria sido comunicada a funcionários da Warner.
Efeito colateral, o selo popular Luar Music, ligado à Warner, acaba de ser desativado, segundo confirma seu diretor, Raul Gil Jr. "A gente teve muito apoio da Warner, mas agora, nessa situação, [o atual presidente] Cláudio Condé achou melhor olhar mais por seus próprios artistas", diz Gil Jr.
A Luar conquistou mercado vendendo discos dos calouros de Raul Gil, mas a situação ficou inviável, de acordo com seu filho: "Paro enquanto a economia do país não melhorar e as instituições responsáveis não combaterem a pirataria. Não vou trabalhar para a máfia, não vou. Vou embora para Los Angeles".
Ele emenda: "A Warner deve estar passando pelas mesmas dificuldades que estou passando. É uma das maiores crises fonográficas da história do país".
A Warner não comenta tal afirmação e segue em atividade: já começa a mobilização interna para o lançamento do CD de estréia de Maria Rita Mariano, em 9 de setembro.

O NÃO-LANÇAMENTO

Que Luiz Gonzaga foi o rei do baião, muita gente sabe. Mas houve uma rainha também -era Carmélia Alves, pouquíssimo lembrada hoje, aos 78 anos. Lançado na década de 60 pela Copacabana (hoje pertencente à EMI), esse álbum dava conta dos amores interioranos e nordestinos da finíssima voz de Carmélia. Havia baião à beça ("Asa Branca", "Assum Preto", "Paraíba", "Qui nem Jiló", "Baião de Dois"), mas também saborosos temas infanto-juvenis como "Sabiá Lá na Gaiola", "Esta Noite Serenou" etc. Depois, o Brasil teve amnésia.

BUGALU ADIADO
A crise fonográfica fustiga também o setor de shows. Na semana passada, Milton Nascimento cancelou um de três shows no DirecTV Music Hall, porque estaria gripado. Agora Lulu Santos transferiu a minitemporada de "Bugalu", que começaria amanhã no gigantesco Credicard Hall, para a próxima semana. Eram três dias com platéia em pé, viraram dois dias com mesas -o que diminui a lotação máxima da casa.

LULU GRIPADO
Também gripado e trocando de empresário, Lulu abre o jogo: "Eles haviam feito a configuração da casa para 5.000 pessoas, 70% em pista. Isso é insano, as temporadas que fiz no Credicard Hall sempre foram com assentos e mesas, jamais em pé. Juntou-se tudo e decidiu-se adiar para fazer valer minha idéia". O Credicard Hall não comenta suas afirmações.

CAPRICHOS DE MARISA
Segundo o empresário de Marisa Monte, Leonardo Netto, ela não deve liberar as duas músicas que cantou com Paulinho da Viola no filme "Meu Tempo É Hoje" para o novo CD do artista. Deve liberar só uma das duas, "Carinhoso" ou "A Dança da Solidão". Enquanto isso, "Velha Infância", de Marisa com os Tribalistas, foi a música mais tocada no Brasil entre março e maio, segundo o Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição).

psanches@folhasp.com.br

FELLINI RESSUSCITA
O grupo O Baile Punk fará show amanhã no DJ Club, com participação do músico e jornalista Thomas Pappon, que mora fora do Brasil. Como no Baile Punk tocam Cadão Volpato, Jair Marcos e Ricardo Salvagni, o encontro caracterizará reunião da formação original do Fellini, mito antipop do underground paulistano dos anos 80.


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