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CINEMA/ESTRÉIA
Agora mãe, Angelina Jolie volta a encarnar Lara Croft e diz tentar "não ser autodestrutiva"
Coração selvagem
Divulgação
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Angelina Jolie em cena do segundo "Lara Croft" |
SAFFRON LYONS
DO "INDEPENDENT"
Angelina Jolie, filha do ator Jon
Voight, ganhou um Oscar aos 24
anos por "Garota, Interrompida".
Hoje, aos 28, é famosa principalmente pelo papel de Lara Croft
nos filmes "Tomb Raider". Declaradamente bissexual e com reputação de mórbida, Jolie vem sendo cada vez mais conhecida por
seu trabalho como embaixadora
da boa vontade da Organização
das Nações Unidas. De relações
cortadas com seu pai e duas vezes
divorciada, ela vive com seu filho
adotivo, Maddox, e tem residências na Inglaterra e no Camboja.
Pergunta - Não há muita coisa
que você se recuse a fazer, incluindo suas cenas de ação em ""Lara
Croft". Você é destituída de medo?
Angelina Jolie - Sim, a ponto de
me tornar burra. Gosto de estar
nas alturas. Eu sou viciada em
adrenalina.
Pergunta - Existe alguma coisa da
qual você realmente tenha medo?
Jolie - Não gosto de ficar confinada. Se fosse amarrada, eu teria
medo.
Pergunta - Será que algum dia
você dirá ""não posso fazer essa cena de ação, agora sou mãe"?
Jolie - Não sei... Se alguma coisa
significar risco de morte... Por
exemplo, eu verifico duas vezes o
arreio que me prende, mas... Na
verdade, hoje em dia eu tomo cuidado para não ser autodestrutiva,
por causa de meu filho. Ao mesmo tempo, tenho mais motivos
para fazer todas as coisas "cool"
possíveis, porque quero que meu
filho sinta orgulho de mim.
Pergunta - É verdade que hoje em
dia você parece estar mais calma.
Jolie - Estou mesmo, e não é apenas por causa de Maddox. Tenho
feito tanta coisa nos últimos anos,
tenho viajado muito. Isso modifica a gente. Fiquei nervosa quando
tive que falar diante do Congresso
sobre um projeto de lei, mas já
não perco a calma quando falo
com a imprensa.
Pergunta - Alguém de sua área já
chegou a sugerir que você modere
seu comportamento?
Jolie - Nunca tive um empresário ou agente, mas ao longo dos
anos já houve, sim, pessoas que
me recomendaram um pouco de
juízo, tentar ser mais normal ou
tentar me mostrar de uma maneira que não cause incômodo a ninguém. Mas acho que, no ponto de
minha carreira ao qual já cheguei,
todo o mundo já desistiu. Além
disso, já deixei muito claro que,
quanto mais completa eu for, como ser humano e como mulher,
melhor será meu trabalho.
Pergunta - Como você enfrentou
o divórcio de Billy Bob Thornton?
Jolie - Meu primeiro divórcio foi
muito difícil. Johnny [Lee Miller]
e eu éramos amigos muito íntimos. Mas neste momento de minha vida estou enxergando as coisas com mais clareza e tenho sorte
por isso. Algumas pessoas não sabem quando chega a hora de se
separar. Acho que Billy Bob e eu
sabíamos. Assim, fomos adiante,
e a vida ficou melhor para nós
dois. Estou começando a achar
que o casamento não é para mim.
Não tenho muita fé num casamento duradouro.
Pergunta - E o que dizer de um
amor duradouro?
Jolie - Não estou procurando.
Acho maravilhoso quando as pessoas encontram em suas vidas o
amor de um homem ou de uma
mulher, mas sinto que quero conhecer melhor o mundo e a mim
mesma. Quero me tornar uma
mulher e uma mãe melhor e quero ter mais filhos. Quero fazer coisas boas com minha vida. Se tenho ou não um amante ou amigo
a meu lado, não é importante.
Pergunta - Você gosta da solidão?
Jolie - Na verdade, sim, fico bem
feliz sozinha. Mas tenho Maddox.
Pergunta - Como foi a primeira
vez que você conheceu Maddox, no
orfanato no Camboja?
Jolie - Ele estava dormindo. Tinham colocado Maddox lá fora,
num balde. Derramaram água em
cima dele, mas ele continuou dormindo. Então o colocaram nos
meus braços, e ele sorriu. Nunca
passei tempo com crianças em
minha vida. Nunca tinha pegado
um bebê no colo. Então, quando
ele sorriu, não era tanto que gostasse de mim, mas que se sentia à
vontade comigo. O fato de uma
criança ficar à vontade nos meus
braços significou muito.
Pergunta - A maternidade é aquilo que você vinha buscando?
Jolie - Acho que é para a maioria
das pessoas. Acho que todo o
mundo gostaria de sentir que tem
um objetivo na vida e é útil a outras pessoas, e eu não tinha isso
antes [de ser mãe]. Eu me sentia
útil até certo ponto como atriz,
mas isso não me bastava.
Tradução Clara Allain
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