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Crítica
"Carros" falha ao tentar imitar seres humanos
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Uma das razões do ressurgimento da animação contemporânea é a capacidade de imitar
os humanos. Não é preciso que
os imite todo o tempo: são certos gestos, maneiras de olhar,
certas formas de se relacionar
com os objetos.
Existe uma evolução da técnica do gênero, mas, o que se
precisa chamar a atenção é, em
especial, para a capacidade de
observação dos animadores.
Pois é ao observar que conseguem reproduzir esses gestos.
"Carros" (HBO Family, às
16h e às 23h; livre) talvez não
seja o melhor exemplo, justamente porque ali é de carros
que se trata, e os carros são humanizados até onde é possível,
mas ainda assim permanecem
carros (animais são mais suscetíveis à antropoformização).
Resumindo: hoje em dia, a
animação é um gênero que toca
problemas adultos (mais até
que os filmes adultos). Mas este é um filme que contenta
mais a garotada.
Para marmanjos, a solução
vem "À Queima-Roupa"
(TCM, 1h55; classificação não
informada), de John Boorman.
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