São Paulo, sábado, 15 de agosto de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bahia pode ter esperança

da Reportagem Local

Gravar um disco todo dedicado à obra de Dorival Caymmi é tarefa árdua para uma cantora, ao menos por uma razão: porque Gal Costa gravou, em 76, um sério candidato a que se coloque um ponto final no assunto.
Jussara Silveira topou o desafio. Em "Canções de Caymmi", ela busca alternativas ao que há de muito batido em regravar a obra de Caymmi. Jussara o cumpre em certa medida, evidenciando temas pouco lembrados.
O mesmo efeito se dá quando Jussara insere entre as canções pequenos temas de domínio público -"Você Diz Que Amar É Crime" (lindamente cantada por um coro feminino), "Yayá Não Sabe"- "caymmianos" à beça.
Pela mesma razão ela sucumbe nos temas mais surrados, como "Lá Vem a Baiana", "Nem Eu" e "Saudade de Itapoã".
Aqui e ali o perigo é afastado, quando os arranjos pendem ao inesperado -"Maracangalha" ganha tratamento percussivo que evoca um canto de escravos.
O recado a ser passado vem nos versos de "Adalgisa". Imersa no inferno baiano da axé music, Jussara avisa, cantando Caymmi: "Adalgisa mandou dizer que a Bahia tá viva ainda lá". Tomara. (PAS)
Disco: Canções de Caymmi Artista: Jussara Silveira Lançamento: Dubas/WEA Quanto: R$ 18, em média


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.