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Bahia pode ter esperança
da Reportagem Local
Gravar um disco todo dedicado à
obra de Dorival Caymmi é tarefa
árdua para uma cantora, ao menos por uma razão: porque Gal
Costa gravou, em 76, um sério
candidato a que se coloque um
ponto final no assunto.
Jussara Silveira topou o desafio.
Em "Canções de Caymmi", ela
busca alternativas ao que há de
muito batido em regravar a obra
de Caymmi. Jussara o cumpre em
certa medida, evidenciando temas
pouco lembrados.
O mesmo efeito se dá quando
Jussara insere entre as canções pequenos temas de domínio público
-"Você Diz Que Amar É Crime" (lindamente cantada por um
coro feminino), "Yayá Não Sabe"- "caymmianos" à beça.
Pela mesma razão ela sucumbe
nos temas mais surrados, como
"Lá Vem a Baiana", "Nem Eu"
e "Saudade de Itapoã".
Aqui e ali o perigo é afastado,
quando os arranjos pendem ao
inesperado -"Maracangalha"
ganha tratamento percussivo que
evoca um canto de escravos.
O recado a ser passado vem nos
versos de "Adalgisa". Imersa no
inferno baiano da axé music, Jussara avisa, cantando Caymmi:
"Adalgisa mandou dizer que a
Bahia tá viva ainda lá". Tomara.
(PAS)
Disco: Canções de Caymmi
Artista: Jussara Silveira
Lançamento: Dubas/WEA
Quanto: R$ 18, em média
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