São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 2000

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SHOW
Multiartista pernambucano também retoma aula-espetáculo "Sol a Pino"
"O Marco do Meio-Dia" vira CD e reestréia em São Paulo

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A estréia foi em Lisboa, dois meses atrás, por ocasião dos 500 anos de Descobrimento. Aquela, como as três apresentações no Sesc Vila Mariana há dois meses, serviram como aquecimento para o espetáculo "O Marco do Meio-Dia", do multiartista pernambucano Antonio Nóbrega e sua trupe.
Reestréia hoje a temporada paulistana do novo projeto de Nóbrega, agora também em CD, com previsão de lançamento até o final do mês, pelo selo Brincante (do próprio).
O quarto disco da carreira -"Pernambuco", "Madeira Que Cupim Não Rói" e "Na Pancada do Ganzá"- vai trazer 14 faixas, a essência do que o público poderá acompanhar no show, cujo repertório chega a 23 números.
Além de "O Marco do Meio-Dia", Nóbrega dedicará um dia da semana à aula-espetáculo "Sol a Pino", espetáculo solo no qual rememora encontros com artistas populares do Nordeste, à maneira do escritor pernambucano Ariano Suassuna ("Auto da Compadecida", "A Pedra do Reino").
O novo espetáculo de Nóbrega agrega à música elementos da dança e do teatro, com os quais ganhou mais visibilidade no início dos anos 90 ("Brincante", "Segundas Histórias", "Figural").
Em 89, ele criou para o Carton Dance Festival "O Reino do Meio-Dia", coreografia solo que, como os demais espetáculos, reverbera em "O Marco do Meio-Dia".
Aqui, Nóbrega amplia a perspectiva autoral e assina roteiro e criação ao lado da mulher, Rosane Almeida, e de Wilson Freire.
Em cena, o multiartista surge como mestre-de-cerimônias, na condição de personagem, como o João Sidurino, vulgo Mestre Siduca, de "Segundas Histórias" (92). Nos últimos shows, Nóbrega era ele mesmo, como cantador e tocador de rabeca, por exemplo.
A concepção teatral (há ainda um número com os bonecos gigantes Benedito e Marieta) incorpora Rosane de Almeida, agora a contramestra, além de quatro brincantes (dançarinos e batuqueiros). Ao todo, são 14 pessoas no palco, incluindo oito músicos capitaneados por Zezinho Pitoco.
Na esteira dos 500 anos, "O Marco do Meio-Dia" constitui, segundo Nóbrega, uma homenagem a três personagens-símbolos do imaginário brasileiro: o jogador Garrincha, o escultor Aleijadinho e o artista plástico Arthur Bispo do Rosário, citados em canções e com imagens projetadas nos respectivos números.


Show: O Marco do Meio-Dia Criação e roteiro: Antonio Nóbrega, Rosane Almeida e Wilson Freire Com: Maria Eugênia Almeida, Pedro Salustiano, Luciano e Mariana Fagundes Quando: reestréia hoje, às 21h30; sex. e sáb., às 21h30; dom., às 20h Onde: Tuca (r. Monte Alegre, 1.024, Perdizes, tel. 0/xx/11/3670-8453) Quanto: R$ 25 Patrocinador: Phillips do Brasil

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