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SHOW
Multiartista pernambucano também retoma aula-espetáculo "Sol a Pino"
"O Marco do Meio-Dia" vira CD e reestréia em São Paulo
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A estréia foi em Lisboa, dois meses atrás, por ocasião dos 500 anos
de Descobrimento. Aquela, como
as três apresentações no Sesc Vila
Mariana há dois meses, serviram
como aquecimento para o espetáculo "O Marco do Meio-Dia", do
multiartista pernambucano Antonio Nóbrega e sua trupe.
Reestréia hoje a temporada
paulistana do novo projeto de
Nóbrega, agora também em CD,
com previsão de lançamento até o
final do mês, pelo selo Brincante
(do próprio).
O quarto disco da carreira
-"Pernambuco", "Madeira Que
Cupim Não Rói" e "Na Pancada
do Ganzá"- vai trazer 14 faixas, a
essência do que o público poderá
acompanhar no show, cujo repertório chega a 23 números.
Além de "O Marco do Meio-Dia", Nóbrega dedicará um dia da
semana à aula-espetáculo "Sol a
Pino", espetáculo solo no qual rememora encontros com artistas
populares do Nordeste, à maneira
do escritor pernambucano Ariano Suassuna ("Auto da Compadecida", "A Pedra do Reino").
O novo espetáculo de Nóbrega
agrega à música elementos da
dança e do teatro, com os quais
ganhou mais visibilidade no início dos anos 90 ("Brincante", "Segundas Histórias", "Figural").
Em 89, ele criou para o Carton
Dance Festival "O Reino do Meio-Dia", coreografia solo que, como
os demais espetáculos, reverbera
em "O Marco do Meio-Dia".
Aqui, Nóbrega amplia a perspectiva autoral e assina roteiro e
criação ao lado da mulher, Rosane Almeida, e de Wilson Freire.
Em cena, o multiartista surge
como mestre-de-cerimônias, na
condição de personagem, como o
João Sidurino, vulgo Mestre Siduca, de "Segundas Histórias" (92).
Nos últimos shows, Nóbrega era
ele mesmo, como cantador e tocador de rabeca, por exemplo.
A concepção teatral (há ainda
um número com os bonecos gigantes Benedito e Marieta) incorpora Rosane de Almeida, agora a
contramestra, além de quatro
brincantes (dançarinos e batuqueiros). Ao todo, são 14 pessoas
no palco, incluindo oito músicos
capitaneados por Zezinho Pitoco.
Na esteira dos 500 anos, "O
Marco do Meio-Dia" constitui,
segundo Nóbrega, uma homenagem a três personagens-símbolos
do imaginário brasileiro: o jogador Garrincha, o escultor Aleijadinho e o artista plástico Arthur
Bispo do Rosário, citados em canções e com imagens projetadas
nos respectivos números.
Show: O Marco do Meio-Dia
Criação e roteiro: Antonio Nóbrega,
Rosane Almeida e Wilson Freire
Com: Maria Eugênia Almeida, Pedro
Salustiano, Luciano e Mariana Fagundes
Quando: reestréia hoje, às 21h30; sex. e
sáb., às 21h30; dom., às 20h
Onde: Tuca (r. Monte Alegre, 1.024,
Perdizes, tel. 0/xx/11/3670-8453)
Quanto: R$ 25
Patrocinador: Phillips do Brasil
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