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Obra de Leon Hirszman é restaurada
"Eles Não Usam Black-Tie", "ABC da Greve" e o inédito "Deixa que Eu Falo" são os primeiros títulos que sairão em DVD
Até 2010, devem sair outros títulos fundamentais do diretor, como "São Bernardo", "A Falecida" e "Imagens do Inconsciente"
JOSÉ GERALDO COUTO
COLUNISTA DA FOLHA
A obra de um dos mais importantes autores do cinema
brasileiro moderno, Leon
Hirszman (1937-87), está sendo restaurada digitalmente e
será lançada em DVD a partir
de novembro próximo.
A primeira caixa a chegar às
lojas e locadoras, com dois
DVDs duplos, incluirá os longas
"Eles Não Usam Black-Tie"
(1981) e "ABC da Greve" (1979/
90) e o documentário inédito
"Deixa que Eu Falo", sobre
Hirszman, feito pelo cineasta e
montador Eduardo Escorel,
além do curta "Pedreira de São
Diogo", parte do longa coletivo
"Cinco Vezes Favela" (1962).
Eduardo Escorel, 62, e seu irmão Lauro, 57, coordenam o
projeto de restauração, que
tem patrocínio da Petrobras e
apoio técnico da Cinemateca
Brasileira, depositária das matrizes dos filmes de Hirszman.
Os irmãos Escorel foram parceiros fundamentais de Leon.
Eduardo fez a montagem e
Lauro a direção de fotografia de
marcos como "São Bernardo"
(1971) e "Eles Não Usam Black-Tie". Ambos dizem ter aprendido muito com o cineasta, um
dos líderes do cinema novo.
"O convívio com Leon foi
muito rico", diz Lauro, que tinha 21 anos quando fez a fotografia de "São Bernardo". "Sua
maneira de conduzir o set de
filmagem, sua forma de trabalhar com os atores e seu senso
de composição certamente me
marcaram muito."
Segundo Lauro Escorel,
"Leon era um ser político dotado de grande sensibilidade artística". Para seu irmão Eduardo, "embora tenha sido muito
amigo de Glauber [Rocha],
Leon tinha uma faceta antiglauberiana. Era um temperamento conciliador, suave, nada
agressivo. Era cineasta e político em tempo integral".
Na primeira caixa de DVDs a
ser lançada, foram reunidos, de
acordo com Lauro Escorel, os
filmes mais "políticos" do diretor. Até 2010, deverão ser lançados outros títulos fundamentais da sua filmografia, como
"São Bernardo", "A Falecida"
(1965) e o monumental documentário "Imagens do Inconsciente" (1983-85). No documentário "Deixa que Eu Falo",
entre outras preciosidades, há a
última filmagem de Hirszman,
uma entrevista com a psiquiatra Nise da Silveira, criadora do
Museu do Inconsciente.
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