|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Televisão
Crítica
Em clássico, Glauber explora ínfimos detalhes
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Quando se pensa em "Deus e
o Diabo na Terra do Sol" (Canal Brasil, 0h30; classificação
indicativa não informada),
imediatamente vêm à cabeça
as grandes idéias, a representação do Brasil, as grandes influências, as inovações conceituais e formais etc.
Mas é igualmente possível
pensar nos gestos de direção
que fazem de Glauber Rocha
um diretor tão bom. Vejamos: a
figura épica e sinistra de Antônio das Mortes não poderia estar melhor do que na pele de
Maurício do Valle.
E alguém é capaz de lembrar
de um papel em que Othon
Bastos esteja perto da grandeza
de seu Corisco? E como esquecer que nesse agreste total
Glauber foi buscar um galã com
a fotogenia de Geraldo del Rey
para fazer o beato que depois se
torna o cangaceiro Satanás?
Não dá para falar de Ioná
Magalhães, que depois se dedicou às novelas e deixou de existir, mas também está ótima. É
com a mão na massa, explorando até o ínfimo detalhe numa
escalação de elenco, que se faz
um filme desse porte.
Texto Anterior: Música: Especial mostra Winehouse "saudável" Próximo Texto: Resumo das novelas Índice
|