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Mostra extensa sintetiza produção de Cartier-Bresson
Fotógrafo francês, um dos fundadores da agência Magnum, tem 133 trabalhos de várias de suas fases exibidos no Sesc Pinheiros a partir de amanhã
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
São Paulo recebe amanhã a
mais abrangente exposição de
Henri Cartier-Bresson (1908-2004), talvez o principal nome
da fotografia no século 20, cuja
obra se celebrizou pelo conceito do "momento decisivo".
Com 133 imagens, feitas entre 1926 e 1974 e que sintetizam
a produção do fotógrafo francês, o Sesc Pinheiros também
organiza dois debates, na sexta
e no sábado, que devem questionar o "momento decisivo"
como eixo da obra bressoniana.
"Nos EUA, em 1952, um livro
sobre a sua obra teve como título "O Momento Decisivo", e essa
ideia se cristalizou quando se
fala de Bresson, nem sempre de
modo exato", afirma Eder
Chiodetto, 44, organizador da
mostra e da exposição paralela
"Bressonianas", que reúne trabalhos de sete brasileiros, como Cristiano Mascaro.
"Em correspondência com
editores, Bresson fala de uma
imagem furtiva dentro da sua
obra. Isso se aproxima mais da
leitura da exposição, que vai ao
encontro de um olhar humanista e da busca de uma poética
cotidiana", afirma Chiodetto.
A montagem de "Henri Cartier-Bresson - Fotógrafo" traz
imagens anteriores à criação da
agência Magnum por Bresson e
outros quatro fotógrafos, em
1947, registros nos quais o estilo do francês já aparece.
Também são exibidas imagens de Bresson durante diversos conflitos, em especial a Segunda Guerra Mundial -ele
serviu no Exército francês, foi
prisioneiro e lutou na Resistência. Há também um segmento
para os retratos.
Contra a modernização
Para a francesa Emmanuelle
Denavit-Feller, 33, diretora do
departamento cultural da Magnum, são poucos os herdeiros,
de fato, do olhar bressoniano.
Ela cita o italiano Ferdinando
Scianna e o francês Guy Le
Querrec, ambos da agência, como renovadores da obra de
Cartier-Bresson.
"Muitos se dizem continuadores da tradição dele, mas a
maioria apenas banaliza o que é
entendido como momento decisivo", avalia ela.
Cartier-Bresson, em 1994,
votou contra a entrada do britânico Martin Parr, que sinalizaria a modernização da famosa agência. Foi voto vencido e,
depois, se dedicou mais aos desenhos e pinturas. "Hoje a
agência tem uma grande pluralidade, privilegiando uma política de autoria", diz a francesa.
HENRI CARTIER-BRESSON - FOTÓGRAFO
Quando: abertura amanhã, às 20h
(convidados); de ter. a sex., das
10h30 às 21h30, e sáb., dom. e feriados, das 10h30 às 19h30; até 20/12
Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme,
195, SP, tel. 0/xx/11/3095-9400);
classificação: livre
Quanto: entrada franca
Debates: sex., 18/9, às 20h, com Jean-Luc Monterosso e Helouise Costa; sáb.,
19/9, às 18h, com Gabriel Bauret e
Maurício Lissovsky
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