São Paulo, terça, 15 de setembro de 1998

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MÚSICA - SHOW
Superchunk exibe rock na (nossa) Broadway

LEANDRO FORTINO
da Reportagem Local

São Paulo recebe hoje um dos representantes mais ativos da cena punk rock underground norte-americana. O grupo Superchunk faz hoje, na casa Broadway, seu único show na capital, dentro da turnê que já passou por Belo Horizonte, Brasília e São Bernardo do Campo (leia crítica nesta página).
O grupo ainda toca nas cidades paranaenses de Curitiba, Maringá e Londrina (quinta, sexta e sábado, respectivamente).
Formado em 89, em Chapel Hill, na Carolina do Norte (EUA), o quarteto já lançou oito álbuns.
Os líderes Mac McCaughan (guitarra e vocal) e Laura Ballance (baixo) também são sócios no selo independente Merge Records, pelo qual lançam seus próprios discos e de outras bandas. Por telefone, da sede da Merge Records, em Chapel Hill, o vocalista e guitarrista conversou com a Folha. Leia a seguir.

Folha - Como é a cena musical da Carolina do Norte?
Mac McCaughan -
Há muitas bandas por lá, especialmente em minha cidade, Chapel Hill, que é uma cidade universitária, com boas estações de rádio, boas lojas de discos e bons clubes.
Folha - É difícil achar bandas novas para a Merge?
McCaughan -
Costumávamos lançar em nosso selo apenas bandas daqui e das cidades próximas, mas nos últimos tempos parece que metade de nossas bandas são de muitos outros lugares. Temos bandas da Nova Zelândia, Europa, Inglaterra e América.
Folha - É bom ser dono de uma gravadora?
McCaughan -
É muito gratificante, porque você coloca à venda discos que adora, que gostaria de encontrar para comprar. Eu sou um grande comprador de discos e, além de ter o selo, também sou fã de música. Más nós ainda somos um selo pequeno e não conseguimos vender o quanto gostaríamos. Sei que fazemos o melhor que podemos, mas o frustrante é que ainda há uma grande diferença entre as bandas que têm apoio das rádios comerciais e da MTV-EUA e as bandas que não estão neste nível e que dão um duro danado para fazer música de melhor qualidade.
Folha - Você acha que o sucesso do grunge possibilitou a vinda da banda a países como Brasil?
McCaughan -
Acho que não. Aconteceu há tanto tempo e, na maior parte do mundo, soa como uma palavra malvista. O rock no momento está em baixa, porque a música eletrônica é muito poderosa em todos os lugares. Está sendo difícil para nós fazer turnês na Europa e no Reino Unido por causa da música eletrônica. Só há poucos lugares em que querem ouvir e ver boas bandas de rock. Credito nossa ida ao Brasil ao fato de estarmos fazendo bem a nossa música.
Folha - Por que vocês deixaram a gravadora Matador Records?
McCaughan -
Gostaríamos de ficar na Matador, só que na época a Merge já estava em um nível que já poderia suportar uma banda como o Superchunk. Além disso, a Matador tem acordo com a gravadora Atlantic, que é muito grande, e nós sabemos o que uma grande gravadora pode fazer com uma banda.
Folha - Você conhece algo de música brasileira?
McCaughan -
Algumas pessoas que ouvem coisas como Caetano Veloso e Gilberto Gil me recomendaram alguns discos. Acho que são músicas muito famosas aí. Achei suaves demais, mas gostei muito das coisas que ouvi dos anos 70.
²
Show: Superchunk Quando: hoje, às 22h Onde: Broadway (av. Marquês de São Vicente, 1.767, Barra Funda, São Paulo, SP, tel. 011/861-3368) Quanto: R$ 20


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