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MÚSICA - SHOW
Superchunk exibe rock na (nossa) Broadway
LEANDRO FORTINO
da Reportagem Local
São Paulo recebe hoje um dos representantes mais ativos da cena
punk rock underground norte-americana. O grupo Superchunk
faz hoje, na casa Broadway, seu
único show na capital, dentro da
turnê que já passou por Belo Horizonte, Brasília e São Bernardo do
Campo (leia crítica nesta página).
O grupo ainda toca nas cidades
paranaenses de Curitiba, Maringá
e Londrina (quinta, sexta e sábado,
respectivamente).
Formado em 89, em Chapel Hill,
na Carolina do Norte (EUA), o
quarteto já lançou oito álbuns.
Os líderes Mac McCaughan (guitarra e vocal) e Laura Ballance
(baixo) também são sócios no selo
independente Merge Records, pelo
qual lançam seus próprios discos e
de outras bandas. Por telefone, da
sede da Merge Records, em Chapel
Hill, o vocalista e guitarrista conversou com a Folha. Leia a seguir.
Folha - Como é a cena musical da
Carolina do Norte?
Mac McCaughan - Há muitas
bandas por lá, especialmente em
minha cidade, Chapel Hill, que é
uma cidade universitária, com
boas estações de rádio, boas lojas
de discos e bons clubes.
Folha - É difícil achar bandas novas para a Merge?
McCaughan - Costumávamos
lançar em nosso selo apenas bandas daqui e das cidades próximas,
mas nos últimos tempos parece
que metade de nossas bandas são
de muitos outros lugares. Temos
bandas da Nova Zelândia, Europa,
Inglaterra e América.
Folha - É bom ser dono de uma
gravadora?
McCaughan - É muito gratificante, porque você coloca à venda discos que adora, que gostaria de encontrar para comprar. Eu sou um
grande comprador de discos e,
além de ter o selo, também sou fã
de música. Más nós ainda somos
um selo pequeno e não conseguimos vender o quanto gostaríamos.
Sei que fazemos o melhor que podemos, mas o frustrante é que ainda há uma grande diferença entre
as bandas que têm apoio das rádios
comerciais e da MTV-EUA e as
bandas que não estão neste nível e
que dão um duro danado para fazer música de melhor qualidade.
Folha - Você acha que o sucesso
do grunge possibilitou a vinda da
banda a países como Brasil?
McCaughan - Acho que não.
Aconteceu há tanto tempo e, na
maior parte do mundo, soa como
uma palavra malvista. O rock no
momento está em baixa, porque a
música eletrônica é muito poderosa em todos os lugares. Está sendo
difícil para nós fazer turnês na Europa e no Reino Unido por causa
da música eletrônica. Só há poucos
lugares em que querem ouvir e ver
boas bandas de rock. Credito nossa ida ao Brasil ao fato de estarmos
fazendo bem a nossa música.
Folha - Por que vocês deixaram a
gravadora Matador Records?
McCaughan - Gostaríamos de ficar na Matador, só que na época a
Merge já estava em um nível que já
poderia suportar uma banda como
o Superchunk. Além disso, a Matador tem acordo com a gravadora
Atlantic, que é muito grande, e nós
sabemos o que uma grande gravadora pode fazer com uma banda.
Folha - Você conhece algo de música brasileira?
McCaughan - Algumas pessoas
que ouvem coisas como Caetano
Veloso e Gilberto Gil me recomendaram alguns discos. Acho que são
músicas muito famosas aí. Achei
suaves demais, mas gostei muito
das coisas que ouvi dos anos 70.
²
Show: Superchunk
Quando: hoje, às 22h
Onde: Broadway (av. Marquês de São
Vicente, 1.767, Barra Funda, São Paulo, SP,
tel. 011/861-3368)
Quanto: R$ 20
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