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GASTRONOMIA
Delis revigoradas satisfazem os paulistas
CRISTIANA COUTO
especial para Folha
Duas novas casas, abertas recentemente em São Paulo, sinalizam o resgate das delicatessen
norte-americanas na cidade.
Elas atraem gourmets solitários
e começam a preencher um filão
gastronômico voltado para aqueles que procuram uma refeição
rápida com qualidade, que fuja do
ambiente formal de um restaurante ou das centenas de quilos
que proliferaram nos últimos
tempos.
Chefs
Os recém-inaugurados Carlotinha e Empório Dinho's se apóiam
em chefs consagrados e estabelecimentos de renome.
Vieram para incrementar o "eat
in or take out" (para comer ou para viagem) paulistano, que teve
seus primeiros clientes nos balcões das cozinhas judaicas e que,
recentemente, chamou a atenção
dos modernos com a abertura da
deli Namesa.
Casas tradicionais como Z-Deli
e Soshi Deli Shop apostaram, há
mais de uma década, na comida
"que o freguês pode ver e levar o
quanto quiser", nas palavras de
Shoshana Barusch, 50, proprietária da Soshi.
Atualmente, são outras as palavras de ordem. "Não aguentávamos mais comida de luxo", desabafam Nando Buco e Carla Pernambuco, que decidiram reeditar
os primórdios do restaurante
Carlota, a deli que se tornou restaurante.
Reformaram o bar anexo ao
restaurante Lolita (o segundo da
dupla) e, com nove mesinhas e
um balcão refrigerado, em que ficam expostas saladas e menus
grafados em lousas pelas paredes,
abriram o Carlotinha, com comidinhas mais simples para levar
para casa ou comer por ali, informalmente.
Embalagens plásticas, duas opções diárias de pratos pré-preparados e inovações, como um mix
de saladas e minisobremesas, garantem refeições leves e rápidas.
Mais amplo, o Empório Dinho's
aposta no almoço ligeiro.
"A idéia partiu das delis nova-iorquinas e da nossa vontade de
fazer pães e doces", conta o chef
Paulo Sérgio Zegaib, sócio-proprietário da casa, que optou por
um cardápio enxuto de saladas e
pratos quentes para agilizar a escolha do cliente.
Há também sobremesas dispostas no balcão, café da manhã a
qualquer hora e pães feitos à vista
de quem passa pela rua. "Mas o
café no balcão não pegou. O brasileiro quer tomá-lo na mesa, diferentemente do americano, que
chega a comer em pé", observa
Zegaib.
Rapidez e qualidade
Mesmo com embalagens práticas e pratos pré-preparados, cerca
de 70% dos que optam pelas delis
preferem fazer a refeição no local.
Rapidez e qualidade da comida
são os itens mais citados pelos
clientes.
"O tempo que gasto para comer
aqui é o que levo para esperar
uma mesa em um restaurante",
avalia o administrador de empresas Júlio Saba, 40, que almoçou
em 30 minutos no Empório Dinho's.
"É rápido e informal, com pratos bem feitos", completa o economista Bruno Miranda, 28.
Outro mérito das novas delis é
atrair gourmets solitários, que geralmente evitam o ambiente menos descontraído de um restaurante.
"Pelo menos 15% dos clientes
vêm aqui desacompanhados", diz
Carla Pernambuco.
"É pequenininho e casual, onde
se fica à vontade para comer sozinho", avalia o economista Luciano Coutinho, 52.
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